21 de jul. de 2011

dos onze aos vinte



Of course it is happening inside your head, but why on earth should that mean that it is not real?


Acabou.
Apesar de quem teve o primeiro livro em mãos aos onze anos ou antes, e acompanhou o resto da história pelos quase dez seguintes, tecnicamente já ter saído da infância há bastante tempo, oficialmente ela só terminou agora. A gente esperava por isso.
Eu vou sentir - eu sinto falta de livros que me prendam e absorvam de tal maneira como essa história de bruxos conseguiu de fazer. Por tanto tempo.

*
E eu não queria registrar isso, mas eu fiquei tão estarrecida e com vontade de esfregar a cara daquela gente no chão que não dá. É horrível sentar nas últimas fileiras do cinema e, na saída, a cada degrau, enxergar uma nova fila inteira de cadeiras cheia de lixo. Os sacos dos óculos 3d, chicletes, papel de bala, sacos de pipoca, centenas de pipocas espalhadas, canudos, latinhas e copos de refrigerante, até garrafa de dois litros. Bando de porcos. Em um cinema lotado, eu poderia ter contado nos dedos quantos saíram levando de volta o próprio lixo. Depois não é pra ter nojo. De pessoas. A gente diz isso e mil apontam o dedo, acusando de arrogância, de misantropia, de ser anti-social, o escambau. Se ser arrogante, misantropa e anti-social é só respeitar pessoas com o mínimo de decência e educação, eu sou tudo isso. Sempre vou ser.

da greve

Vou pra ufrgs às oito da manhã e encontro o campus lacrado, com correntes e cadeados nos portões. Mas ao meio-dia a gente vai abrir.
Vou pra ufrgs ao meio-dia e o lacre gigante continua lá. Mas às 16h vamos abrir.
Vou pra ufrgs às 16h... Não, não vou mais. Entrei em greve também.

15 de jul. de 2011

do mundo inteiro

A vida não é poética. E a gente tem que passar por ela e ninguém - ninguém - sabe por quê. E tem um monte de coisas ruins e um monte de coisas boas. E tem as pessoas que a gente conhece, as pessoas de que a gente gosta e o resto todo que a gente não faz idéia de quem seja. Pronto. Isso é tudo o que eu sei sobre a vida. E me impressiona que com tão pouco se consiga fazer tanto. Que tão pouco seja capaz de levar alguém do céu ao inferno e trazer de volta a qualquer hora. Mas eu cansei de pensar. Eu cansei de tentar definir as coisas ou o que eu penso sobre elas simplesmente porque isso é impossível. Eu quero só fazer o que eu tiver que fazer e ver no que vai dar e quando vai acabar. Porque por enquanto eu não quero fazer diferente. Não quero saber das doenças das pessoas. Não quero mais ouvir de ninguém que eu preciso desprezar pra ser gostada. Eu quero ver fisionomias diferentes das gaúchas e quem sabe encontrar conforto no que eu imagino que seja a vida longe daqui. Por um tempinho só e depois voltar. Pra descobrir que eu posso ser feliz quando eu quiser e do jeito que eu quiser. Pra descobrir, na verdade, qual é o meu jeito de conseguir isso. Porque a vida é poética só na ficção mas ainda assim tem que ser vivida.
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"Último dia de sol nascendo na Bahia, gurizada!"
Toda a saudade do mundo daquela semana em Porto Seguro. O tempo que passava diferente, em horas dobradas. As noites todas. Trancoso. Nada era feio e nada era ruim. Era só felicidade. Todos os dias. E com pessoas com quem eu nem falo mais, mas que também não vou esquecer. Depois de ver o bi da libertadores no Beira-Rio, que é simplesmente a minha definição de felicidade, foram dos melhores dias da vida.

13 de jul. de 2011

Eu quero secar.

9 de jul. de 2011

hold on john

Enquanto eu estiver feliz, eu não me importo com o ridículo do que eu faço. Eu queria mais é que fosse todo dia assim. Dançar é a maior felicidade que inventaram. Ou eu deveria dizer que felicidade é a melhor dança que inventaram? Ou que dançar é a melhor maneira de rir das próprias desgraças. De achá-las divertidas, até. Sempre vai existir uma música.
O caso é que eu vou ver se aproveito esse disfarce de férias pra alguma coisa e, já que ando inútil o suficiente pra não ler, vou cozinhar. Usufruir o tempo que agora eu tenho pra ir no mercado, encher a casa com o que nunca tem no resto do ano e fazer uso da cozinha linda que tem aqui.
Porque eu acredito, às vezes eu tenho que me forçar, mas eu acredito.

5 de jul. de 2011

some dance to forget

and i'll lie too and say i don't mind
and as we seek so shall we find
and when you're feeling open i'll still be here
but not without a certain degree of fear
of what will be with you and me
i still can see things hopefully
but yoooou
why you wanna give me a runaround
is it a surefire way to speed things up
when all it does is slow me down
(and shake me and my confidence
about a great many things)

4 de jul. de 2011

borboleta parece flor que o vento tirou pra dançar
sonho parece verdade quando a gente esquece de acordar
e o dia parece metade quando a gente acorda e esquece de levantar
e nesses dias tão estranhos fica a poeira se escodendo pelos cantos
uma garrafa de vinho virando vinagre devagarinho

Essa verdade tão pequena e tão exata escondida nos trechos. A consciência do quanto a própria vida é pequena e o não conseguir evitar mesmo assim reclamar. Não saber. Viver de não saber e esperar saber e não saber. Eu não tenho fé no mundo. Eu não tenho fé em nada além da minha capacidade de passar pelas coisas. De passar por elas e não de não ser tocada. As marcas que vão ficando. Ano depois de ano, vaivém, e as coisas em que eu penso e queria poder mudar com uma varinha mágica. E o mundo e a vida, de mãos dadas, batem o pé e dizem que não mudam. E não muda. E eu mudo e ainda assim fica igual. Aprender a conviver consigo mesmo. Invejar casais de Redenção. Ouvir música enquanto corre o tempo. Acordar cedo. A sensação de grandeza na beira do guaíba. A melhor maneira de começar o dia e terminar a noite. Me bastaria. E o vinho que ocupa o lugar de lareiras e presenças. Mas não substitui. Mas nada é insubstiuível. Mas será? Eu vivo de não saber e esperar saber e mesmo assim não saber. Eu nunca sei.