29 de jun. de 2010

círculo vermelho

Um professor que eu queria ter a oportunidade de ter precisa de três esses: seriedade, sobriedade e sabedoria. Sem entrar naquele papo de inteligência, porque isso é relativo.
E até hoje, com os três de fato, ninguém. Só a velha Anita, do inglês, mas essa é um caso diferente. (Agora que eu não faço mais aula, bate uma nostalgia sempre que eu me lembro da Anita.) O resto, apesar de eu já ter gostado muito de alguns, é balela, e eu sofro com isso. Acho triste 'aprender' com quem não se digna a 'ensinar'. Mas ok, é a vida. E eu me conformo fácil com ela, apesar de tudo.
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Taí uma coisa de que eu ainda não tinha me dado conta. Lá em Canela, eu tinha vários hábitos noturnos. Coisas que não me deixavam dormir se eu não fizesse antes, além de escovar os dentes. Conferir o despertador, ter um copo de água do lado e ouvir pelo menos uns cinco minutos de rádio, fosse a música que fosse. Vim pra cá e mantive os dois primeiros, mas esqueci o terceiro, que - só agora eu me toquei - tá fazendo falta. Vou providenciar para que o trambolho que eu chamo de rádio seja trazido pra cá o quanto antes. Não que agora vá adiantar alguma coisa, sendo que nas férias eu tô indo de volta pra lá (lá e cá, that's my life), mas ainda assim. Não sei como eu passei um semestre inteiro sem perceber. Porque, sério, ipod, nesse caso, não é a mesma coisa - nunca seria. Ouvir rádio antes de dormir é tão calmante quanto chá de camomila. Qualidade de vida.
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Na frente de um prédio por aqui, quase do lado do meu, tem um círculo vermelho pintado na calçada. Toda (e quando eu digo toda, pasmem, eu quero dizer toda) vez que eu subo a rua eu olho pra esse círculo - muita gente talvez nem note, mas eu notei e não consigo não olhar pra ele quando passo - e me lembro de É Tarde Para Saber, do seu Josué. Cara, é triste. É pisar ali e me vem à cabeça a história inteira, o código dos dois, o filme que a gente fez, os capítulos que eu pulei quando li o livro e por aí vai. Não que seja ruim lembrar disso de vez em quando. Mas todo dia? Preciso de novas referências para círculos pintados em calçadas.

28 de jun. de 2010

bonequinhos

Se tem uma coisa de que eu aprendi a gostar meio na marra, por morar em Canela, é o festival de bonecos. Desde criança meus pais sempre deram um jeito de me arrastar - e eu achava tosco, não entendia a graça que tanta gente via em fantoches. Ainda hoje acho difícil explicar como uma pessoa mexendo a mão dentro de um boneco - ou às vezes nem isso - consegue dar vida pra coisa de tal maneira que faz a gente se emocionar. Mas o caso é que é assim. Eu não faço publicidade e não quero fazer propaganda, só deixar claro o quanto vale a pena pagar o ingresso - embora até hoje eu sempre tenha ganhado cortesia, hah.
Esse ano eu vi dois: Contos Pequenos (Hugo e Ines, dois peruanos que montam os bonecos com partes do corpo, inclusive a barriga) e Suspended Animation (Phillip Huber, marionetista, novidade e vencedor desse ano - o ponto alto foi ele agradecendo à platéia que não entendia e a apresentadora traduzindo as frases do cara pela metade).
Mas não é deles que eu quero falar. Nem de nada, na verdade, porque eu não tô afim de escrever. Só quero deixar minha admiração por um cara a que eu assisti ano retrasado, acho (esse ano só uma palhinha e depois de relance, no encerramento :~), e que, pra mim, é melhor que o resto todo junto:

El Titiritero de Banfield.
Curto muito.
Ano que vem vai ser o primeiro ingresso de que eu vou ir atrás. E com antecedência.

26 de jun. de 2010

oh, there are rocks
they will always hold in the sea
and erosion can't stop their being
oh, no currents can defeat them
and I am thankful for the love
these rocks have always given
and although
this boat is steady now
one wave can pull me under
and I'll be stranded out at sea
and I'll pray that those rocks
will be there for me

24 de jun. de 2010

meu apartamento tirando uma com a minha cara:

Acordei de ressaca, proporcionada pelos amados bixos que pagaram cerveja a noite toda, e fui direto tomar banho. A água do chuveiro não esquentou. Fui até o fogão me certificar de que tinha gás. Tinha. Então eu me vesti e fui até o Zaffari, pra comprar pilhas novas pra droga do junker. Porque, se tinha gás, só podia ser esse o problema. E comprei também coca e amanditas, porque eu tava precisando ingerir os dois. E eu devia estar com uma cara mesmo ótima, porque todo mundo me olhava esquisito. Voltei, troquei as pilhas, me desvesti de novo e nada do negócio funcionar. Desisti. Tomei um banho provisório no outro banheiro, no chuveiro elétrico, que foi estrategicamente instalado na frente do vaso, é ótimo. Ao menos serviu pra lavar o chão. Me vesti de novo, fui fazer meu almoço e no meio - ah, agora sim - acabou o gás.
Se esse apartamento tivesse vida e falasse, hoje a gente ia brigar.

*

because I lololololove you and I nananananeed you and I wawawawant you to be mamamamamine

Que coisa que fica na cabeça, tchê.

18 de jun. de 2010

na rua

Sabe qual é a melhor coisa de morar onde eu moro?
É poder andar menos de meia quadra pra comprar um livro pra ler na rua quando se está trancado fora de casa porque levaram a chave embora.

"É que eu fiquei trancada fora de casa, aí tinha que achar alguma coisa pra fazer enquanto espero."
O tio da Palavraria se divertiu: "Hahaha, é, aí dá pra ficar lendo sentado na calçada, embaixo das árvores, isso aí!"

Curto demais esse Bom Fim.

11 de jun. de 2010

um dia longe de casa

Eu não terminei nada. Eu não li nada. E não fiz lista nenhuma e muito menos fiz o que eu poria na lista pra fazer. Porque ontem eu fui beber. E foi só o que eu fiz das quatro da tarde às oito da noite. O que é muito melhor do que fazer o que eu tenho que fazer. Eu não me levo a sério, não adianta.
Não que eu queira. Me levar a sério. Nem pensar.
Mas eu escrevi.
Não o que eu tinha em mente, ou o que eu deveria escrever (oi, Tânia. oi, Virgínia), mas escrevi. Uma história. Há muito eu não tinha idéias para histórias. É sempre bom aproveitar quando elas aparecem, uma vez por ano. Mas falta, hum, aprimorar, explorar melhor o assunto. O que não vai ser feito tão cedo (oi, Tânia. oi, Virgínia).

7 de jun. de 2010

obra de arte digna de post:











Risos.
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Curti muito meu feriado e queria mais.
Eu tenho cinco provas e três trabalhos e era isso.
Eu quero começar a fazer uma lista, todos os dias de manhã antes de começar a vida, com tudo o que eu irei fazer no dia. E fazer. Né?
Eu quero voltar a ler.
Não, eu vou voltar a ler.
Eu quero escrever mais e não postar.
Eu preciso de idéias pra três páginas sobre ética.
E, hoje, eu vou terminar minha matéria de Canela, que tá uma bosta, mas ok.
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Tava pensando que eu não sei quantos/quais dos meus colegas também moram sozinhos aqui. E tava pensando também que, apesar de eu achar um saco ir no supermercado, e apesar de bater uma solidão de vez em quando, é bom. Cuidar do apartamento e tal. Cozinhar de vez em quando. Alugar filme na esquina a qualquer hora. E não ter ninguém em volta com quem se incomodar - porque eu prefiro me estressar com problemas no chuveiro a me estressar com pessoas. Mas eu decidi que quero um gatinho.
'Porque tem lugar pra caixinha de areia e porta de correr e porque assim eu nunca vou me sentir sozinha.'

1 de jun. de 2010

abraço, então.

Eu não sei se eu tenho que dar atenção pra um abraço recebido antes da gravação de um stand up (hahah), mas foi legal. Quero dizer, já passaram mais de dez horas e eu ainda não esqueci. É alguma coisa.
Mas nada - nada - supera o do meu último dia de anglo. Esse vai pra sempre em um lugar único no meu coração. Risos, mas é sério. Ou pelo menos pra mim, pra quem abraços não são uma coisa corriqueira - bem longe disso. Mas eu prefiro assim, justamente porque é assim que eles mais se tornam alguma coisa de fato especial. Na vida.