27 de fev. de 2010

Eu não sei me expressar.

24 de fev. de 2010

23

Não que eu já não tenha feito isso, de alguma forma, mas tenho vontade de largar de vez o orkut. Passa impressões erradas demais - boas e ruins, todas erradas, na maioria das vezes. Vide o meu próprio, ainda que não tenha quase nada lá. Eu descobri que prefiro ver as pessoas. Não os perfis delas. E deveria fazer só isso.
Mas eu me preocupo demais. Com as pessoas. No sentido de tentar supor o que elas pensam. E deveria me preocupar mais comigo, a essa altura da coisa.
Mas eu deveria muitas coisas que eu não vou, por preguiça ou incapacidade, mesmo - às vezes não é mentira.
-
Puro otimismo esse blog. O motivo que deve fazer muita gente detestar é o mesmo que me faz gostar. Mas o caso é que é preferível guardar o otimismo pra fora do virtual. Bem mais válido. Vide ontem, manhã, tarde e noite.

19 de fev. de 2010

*

Eu te amo. Ou eu te odeio. Que diferença faz, no final das contas? São exata e tristemente a mesma coisa.
-
Acho que eu vou fazer um blog separado desse. Porque essa overdose de posts, postados e não postados, e essa mistura toda, de ficção com não-ficção, tão me fazendo mal e me deixando confusa. E eu não simpatizo nada com nenhuma das duas coisas.
Ai, ai.
Só rindo, mesmo, diria meu sábio papai.
E eu juro que tô rindo agora. Sozinha, às quatro e meia da manhã.

*5:56. Minha amiga insônia ganhando, pela primeira vez, da minha amiga preguiça.
Pronto. Todas as mentiras passadas para o outro blog, na mesma ordem em que haviam sido contadas aqui.

they inspire me

negrinho pra curar a fossa
-q

Delicate, a música do Damien Rice cuja letra eu disse, uma vez, que poderia resumir a minha vida. Em um sentido muito mais figurado, mas ainda assim. why do you fill my sorrow with the words you've borrowed from the only place you've known? Quero dizer, faz algum sentido, não faz? Todo o mundo o tempo todo sempre falando, falando, falando. Eles se esquecem de que nem sempre as palavras conseguem significar alguma coisa. Por mais que se tente que elas signifiquem, por vezes elas simplesmente não são nada. Só encheção. Uma fração da nossa tolice. É por isso que alguém que realmente escreva sempre conseguirá me surpreender. A ponto de eu ficar encantada, de verdade. É bonito e louvável quando alguém consegue usar as palavras de maneira que elas encantem. Quando alguém consegue formular frases e escolher, entre tantas possibilidades, as palavras certas, perfeitas, descrevendo com precisão exímia qualquer cena, quotidiana ou não. Mesmo relatando uma tristeza - porque há beleza e doçura também no que é triste. E mesmo que seja um rosto escondido em uma única foto, que eu nunca tenha visto de fato. Mesmo que isso nunca passe da minha admiração e do meu encantamento silenciosos. Porque nem só de saxofonistas vivem as minhas fantasias. Sempre existirá a arte de contar histórias.

18 de fev. de 2010

rascunhos laranjas

Me irrita profundamente essa quantidade de posts com a palavra "rascunho" do lado. E, como eu não apago, dá vontade de chutar o balde e postar tudo, um depois do outro, só pra acabar com os rascunhos enfileirados em laranja - laranja ainda, berrante, cor escolhida exatamente com esse propósito, irritar, certeza. Porque o mundo gira ao meu redor, claro. Atrás da porta do meu quarto, aliás, tem um pôster antigo do Snoopy, já todo manchado, com ele deitado em cima da casinha e o balão de pensamento: "Cansei me preocupar com o mundo. Agora o mundo que se preocupe comigo." Filosofia de vida que eu vou tentar seguir pelo resto da minha. Sem nunca conseguir.
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Às vezes os esclarecimentos chegam por acaso, respondendo scraps no orkut.
"Ainda te devo alguma coisa?"
"Hum, talvez, mas obrigado por ter lembrado."
"Eu sempre me lembro de tudo, é meu defeito."
Verdade que não precisava ser absoluta, mas é.
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Eu não sei de ninguém que seja vizinho de... Gurias, vamos dizer. Além de mim e dos vizinhos do outro lado. E neste exato momento acontece alguma espécie de orgia por ali, envolvendo um portão.
"Segura!"
"Não, ali do lado!"
"Abre o portão, porra!"
"Não!"
"Do outro lado, não tá vendo?"
"Minha mão!"
"Aaaaaaaa!"
"Isso, segura e abre logo!"
Risadas e palmas e gritinhos.
Supostamente, elas só moram e criam os filhos aqui, mas, bom, sounds good.

17 de fev. de 2010

só hoje, na terceira

Definitivamente largou os livros. Os mesmos que outrora tanto quisera ter e ler. Largou. Era isso. It's just the way it goes. Paciência. Não era falta de tempo. Tampouco preguiça ou cansaço - não naquele caso. Era desilusão. E desilusão fode com qualquer coisa - inclusive com a leitura. Inclusive com a literatura. Ainda assim, a sua vontade, naquele instante, era de comprar aquela biografia do Ledger. Não sabia por quê. Mentira de novo. Sabia. Porque tinha visto três filmes com ele na semana anterior e porque a voz dele era linda. Era. Queria poder ler qualquer coisa de verdade. Qualquer coisa que não tivesse sido feita para levar a acreditar ou influenciar - qualquer coisa que tivesse sido feita só para mostrar. Qualquer coisa em que desse para confiar. Caso aquilo ainda existisse. Mas, paradoxalmente, talvez justamente por aquele motivo gostasse tanto do que não era real, de personagens. Porque naquilo que fosse inventado sempre seria possível confiar. Porque seria uma mentira. E qual boa mentira não é passível de confiança? 
Não fosse assim e não seriam mentiras.
Just like love.

carnaval

Subindo a serra na chuva, de noite, ouvindo o cd mais country do mundo dos Travellers com meu pai.

I've been singin' 'bout the good things and the light
there's a new star on the horizon and it nearly fills the sky

13 de fev. de 2010

livros

Na praia, (quase) três em quatro dias. Em casa, quatro páginas em três semanas.
Sempre batendo recordes.

à álvares

Você já esqueceu? Já esqueceu os braços envolvendo seu corpo? Já esqueceu o peito onde você deitava a cabeça? O ombro que estava ali? Já esqueceu a pele arrepiada com os lábios em seu pescoço? As mordidas na orelha e as mãos que pareciam ser capazes de acariciar seu corpo inteiro no mesmo segundo? Já esqueceu os cabelos misturados aos seus? O abraço? Os olhos que ora fugiam e fechavam e ora encaravam? Já esqueceu os beijos de verdade, com a barba de um dia raspando em seu rosto?
Talvez meses sejam capazes de levar tudo consigo. Talvez não. Triste é quando saber que aconteceu já não é nada. Quando as coisas acontecem sem pedir permissão.
Você já esqueceu? Já esqueceu como é amar?
-
Eu gosto quando eu sinto raiva dele. A sensação é inexplicavelmente boa. Inesperada, inacreditavelmente boa. Não era para ser, supostamente. Porque sentir raiva não é nobre, não é saudável. Corrói internamente. Gasta exteriormente. E, no entanto, depois de todas as voltas possíveis, raiva. Leve. Quase macia. Mas raiva. E com todos os erres a que uma raiva tem direito. Ele falando e não falando. Bobagens e não bobagens. Sempre indiferença. E eu com raiva. Sem motivos. Sem razões. Só uma vingança individual rápida e silenciosa. Segundos de raiva.

11 de fev. de 2010

bbb

Eu não pretendia assistir ao BBB esse ano. Não por qualquer dos motivos clássicos que a maioria que não assiste alega, mas porque é o tipo infeliz de programa a que não é possível assistir apenas um dia e se contentar - não se a vontade for acompanhar os blogs a respeito.
Três homossexuais, uma policial maluca, uma doutora, um ex-participante, um palhaço chorando por uma mulher que ele conheceu no dia anterior...
Mas o que me intrigou, no entanto, quando eu comecei a assistir, foi a repentina e maciça preferência pelo Dourado, já na segunda semana. Levando em conta o comportamento do cara - vilanesco, tão condenado em todas as edições -, era de se esperar que ele saísse na primeira oportunidade.
Na mesma linha, a postura dele em relação aos dois gays também não era das mais tolerantes. Mas, ainda assim, não tinha o ar explicitamente homofóbico que tomou, nessa terça-feira, ao vivo, depois de uma piada de mau gosto do Bial.
Ficou definitivamente claro, então - porque eu estava relutante em acreditar até o momento -, o motivo da aceitação e do sucesso do cara. É lamentável.
Odeio quando isso acontece. Essa vontade de escrever sobre um monte de coisas - que vêm à cabeça todas ao mesmo tempo, desgraçadas - e, conseqüentemente, não conseguir escrever sobre nenhuma. Desgraçadas.

10 de fev. de 2010

na corda bamba

asas
a esperança equilibrista
sabe que o show de todo artista
tem que continuar


Essa música me arrepia, literalmente, às vezes.
Não só pela letra.
Ou por quem me apresentou a ela, dizendo que "olha só, a tarde caindo feito um viaduto e a gente aqui, ainda".

Pelos dois.

6 de fev. de 2010

texas

É bom olhar o mar no fim da tarde. Até Arroio Teixeira fica bonita a essa hora. O resto de sol às costas, e o mar refletindo o céu, de forma que se torna difícil distinguir a verdadeira cor de cada um - se é que ela existe. Eu me perco olhando o mar. O mais longe possível, até aquele ponto imaginário em que ele encontra o céu e que a gente chama de horizonte. Seria bom poder estar lá de vez em quando. No horizonte.
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Depois de ter voltado a minha atenção à beira da praia, quando eu senti os primeiros pingos tímidos da chuva que estava por vir, eu olhei pra trás e vi um cara lá do Anglo. Acho que ele me reconheceu, porque ficou olhando também. E eu tive que rir sozinha na hora - e não sei se ele viu isso também ou não -, porque, bom, o mundo, ou pelo menos o Rio Grande do Sul, tem que ser mesmo muito pequeno pra se encontrar alguém em Arroio Teixeira. Imagino que nenhum de nós sabia direito o que fazer - cumprimentar ou não? Acenar? Sorrir? Mexer a cabeça? Na dúvida, nenhum deles. Mas eu acho que é mesmo assim que eu gosto mais.
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Meu pai mandou fazer duas faixas. Uma convencional e a outra: "Parabéns, Ricardo! Pai de bixo UFRGS 2010! $$$"
Curti muito.

3 de fev. de 2010

terraqueosemterra

terráqueos em terra
terráqueo sem terra