29 de abr. de 2009

if I lived till I was 102

I just don't think I'll ever get over you

A minha vida muda e muda, mas, no fim, tá sempre igual. Porque, por mais que eu tente e queira, eu não consigo me mudar. Não em tudo. Não no que eu queria.
Eu confesso que agora eu não consigo organizar direito tudo que eu ando pensando, pra escrever qualquer coisa mais ou menos decente, com algum nexo, mas já não sei se isso importa muito - acho que não.
E eu cansada. Cansaço pra mim resume tudo, ?

28 de abr. de 2009

Cara, eu vejo esses meus colegas novos e depois não paro de pensar neles. Mas não é sequer nada importante. São coisas que não são nem pequenas; são nada, mesmo. Uns gestos quaisquer, uma expressão qualquer, a voz, o jeito - de quem não precisa, de quem precisa ou de quem não precisa nem precisa, só está ali.

Não sei mais o que eu tinha escrito aqui.

Mas, resumindo, eu só vejo uma coisa escancarada naquela sala (ou naquela turma, já que a sala muda todo dia): não sei se todos, talvez seja até a minoria, mas tem gente que tem a melhor coisa do mundo, que também é tudo o que eu queria na vida, e não sabe.
Ou parece não saber.
E, na verdade, talvez não seja sequer a minoria, mas uma pessoa só.
E também é verdade que não é "tudo o que eu queria na vida", porque eu não sou uma pessoa em condições de saber o que quer (e, de qualquer jeito, com a vida do jeito que tá, e a crise, e a gripe suína...), mas é tudo que eu já quis ou que eu já achei que quis ou enfim.

25 de abr. de 2009

mais um que vai ficar.

Que diabo de ano é esse em que as coisas estão tão... assim? E mais uma: por que, quando um lado se ajeita, tem que arrebentar tudo no outro?
Não é mentira que eu me surpreendi - positivamente - com Porto Alegre. Não é mentira que eu aprendi a gostar de lá. E não é mentira que, quando eu estou aqui, às vezes me dá até vontade de voltar. Porque lá as coisas, mesmo que sejam poucas, acontecem comigo. Porque lá eu tenho uma vida que eu nunca tive aqui.
E ponto. É só isso. 
Onde estão minhas amigas? Que fim a gente levou? E por que cargas d'água eu fujo ou complico tudo, conscientemente, mesmo quando não é isso que eu quero? Eu tinha que fazer psicologia.
Aí eu vou lá e fico procurando hipóteses, justificativas para as coisas. Eu sempre faço isso. Com o que eu faço com os outros e com o que os outros fazem comigo. "Ia acabar assim de qualquer jeito", "não é culpa minha se...", talvez isso, talvez aquilo. Como se isso pudesse mesmo justificar o que eu faço - ou o que os outros fazem.  Na hora, pode até parecer que funciona, mas não é verdade.
Depois, eu volto a pensar em Porto Alegre, no pessoal do cursinho e tal. A maioria é gente fina. E tem aquela praça ali na frente, e aqueles prédios todos, e vento, e, ah. Falsos curativos, .
Porque logo vem o fim do ano e tudo aquilo de novo. Eu fico só pensando - tentando pensar - no que vai ser a minha vida depois, independentemente do curso que eu for fazer. 
Tragicômica, hah.
Mas por ora... Bom, por ora qualquer apartamento tá me comprando.

12 de abr. de 2009

ferrugem nos sorrisos

Descobri o que tem de errado comigo. 
Ou não.
Mas a verdade é que eu sou boba demais pra essa vida. Idiota, ingênua, babaca. Qualquer um serve. 
Mesmo não gostando de gente, mesmo tendo aversão a muitas pessoas ao meu redor, mesmo me sentindo mal quando ficam me olhando, mesmo assim, e contraditoriamente, eu sempre procuro o melhor nas pessoas. Eu posso esperar o pior de qualquer um, mas eu tento ver, a todo custo, coisas boas nesse qualquer. Eu busco coisas boas em todo mundo: em quem eu conheço e em quem eu não conheço, em quem eu gosto e - inclusive e talvez principalmente - em quem eu não gosto. Para me contentar, para me surpreender, para acreditar que talvez as pessoas não sejam tão más assim, não sei. Mas é isso: eu busco o bem nas pessoas. Eu busco beleza nas pessoas. 
E não só nas pessoas, em tudo. Eu vejo uma paisagem linda onde todo mundo provavelmente não vê mais que uma rua com carros passando e prédios ao fundo. E eu poderia ficar horas ali, só olhando. Como poderia ficar horas olhando pessoas, procurando e vendo o que tem de bom nelas. Eu tento encontrar à minha volta o que eu às vezes não vejo na minha vida. Encanto. Beleza. Mas não beleza artificial, forçada; beleza genuína - mesmo que pareça feiúra à primeira vista. Só que nem sempre isso é possível. O belo não é sempre possível. E, por mais que eu já esteja cansada de saber disso, bom, em algum lugar, eu ainda não sei. 
Eu sou boba demais. 
E eu tão cansada.

8 de abr. de 2009

mr. brightside

and I just can't look
it's killing me
and taking control
jealousy
turning saints into the sea
turning through sick lullabies
joking on your alibis
but it's just the price I pay
destiny is calling me
open up my eager eyes
cause I'm Mr. Brightside

Quase terminei a bateria do ipod ouvindo essa música. Apertando os fones, ainda. E eu que reclamava - reclamo - de música alta. Mas na hora que eu quero faz falta não poder aumentar o volume. (O caso é que música alta é pra quando se sai ou pra quando se está sozinho. Só.)
Enfim. Eu lembrei da existência dela quando vi um pedaço no perfil do Johannes e queria escrever sobre, mas, repito: eu não sei mais. Sério, mesmo. Mas eu não me importo. Eu consigo ficar tão feliz dependendo da música que eu escuto que o mundo pode acabar lá fora que eu não vou me importar. (O contrário também vale, inclusive.) E não é um blog - ou não conseguir escrever qualquer coisa que não importa - que vai mudar isso.

5 de abr. de 2009

a escolhida

Minha professora de literatura era doida - sério. Eu lembro que ficava com raiva dela, porque ela inventava coisas demais e dava aulas de menos. Uma exposição aqui, um trabalho maluco ali, texto sobre isso, texto sobre aquilo, fotos, música, atividades com as quais sei lá o que ela pretendia. Maluquice, mesmo.
Bom, no primeiro ano, isso parecia ótimo. A gente nunca tinha tido uma professora assim. Mas, depois de um certo tempo, acaba enjoando - enojando. E, a essa altura, eu já não fazia mais nada. Não escrevia, não lia e não falava com a coitada. Aproveitava os dias que tinham dois períodos de literatura para faltar aula.
O caso é que ela era cismada comigo e com uma amiga, em especial. Não nos deixava em paz por nada. Até botou textos nossos no site do colégio. Então, meses antes de sair do colégio, ela pediu para a turma os textos autobiográficos para uma exposição. E, no último dia de aula, em resposta aos textos e à exposição, ela entregou a cada aluno um pedaço de papel com um bilhete. Eis o meu, que eu encontrei semana passada no meio do meu caderno:

________________________________________ esse espaço, não sei como nomeá-lo. Acho que minhas aulas devem estar bem desinteressantes, não recebo mais tuas "escrituras". Não sei, talvez não as mereça? Recebi teu texto. Pois bem. Bom como sempre, mesmo como aqueles que, mudos, não chegaram pra mim. A mudez fala. E provoca outra fala, mas não silenciosa. Vácuo. A visão através do óculos, uma moldura perene de arte. Confronto. O bebê de roupinha verde. Óbvio? Não. Nem simples. Quem guarda seus bebês guarda pedaços de si. Eu acho, eu guardei minha boneca antiiiiga e lembro de um tempo que não lembro de verdade, mas invento. Lembrei. A Priscila: uma aluna que não mereceria nota, mesmo para os textos não escritos. Mereceria uma singela e opulenta coroa de louros: a escolhida.

E eu nem agradeci.