26 de abr. de 2011
21 de abr. de 2011
vende-se
E aí me contaram que vão vender a casa. Minha referência de lar de uma vida inteira com os dias - meses, enfim - contados. Tudo bem, porque minha referência de lar na verdade são meus pais, não importando muito onde, mas eu já tinha esquecido quando cheguei ontem perto da uma e meia da manhã e vi a placa de 'imobiliária tal vende' na grade. Eu tava com tanto sono que nem olhei, e não voltei ali hoje também. Depois vou poder escrever sobre a experiência de não ter mais o lugar de onde vêm, sei lá, oitenta por cento das minhas lembranças. Mais estranho ainda vai ser eventualmente passar por aqui depois que ela já tiver sido vendida - e tiver virado uma casa de veraneio, daquelas vazias e fechadas o ano inteiro. Eu espero sinceramente que ela vá pra uma família com crianças que possam usufruir o terreno e tudo aqui por perto como eu fiz durante a minha infância e até hoje, em alguns aspectos. Que a menina fique com o meu quarto e suba no telhado escondida de vez em quando e fique olhando pro Continental e pra cerração e goste de brincar no meio do mato dos terrenos vazios que ainda sobram e de sentar em baixo do chorão e de entrar nos sótãozinhos cheios de poeira do meu quarto fazendo de conta que eles são esconderijos secretos ou sedes de um clube imaginário. Porque é assim que é. É assim que foi.
Às vezes eu queria experimentar uma vida diferente. Em que alguém cantasse, sei lá, something, dos beatles, sem nenhum motivo aparente. Em que as coisas tivessem desfecho. Em que as coisas fossem só diferentes.
Às vezes eu queria experimentar uma vida diferente. Em que alguém cantasse, sei lá, something, dos beatles, sem nenhum motivo aparente. Em que as coisas tivessem desfecho. Em que as coisas fossem só diferentes.
19 de abr. de 2011
'Você ainda se curva na varanda para ver as janelas fecharem?
Eu não tenho te visto ultimamente na rua ou nos lugares aonde a gente costumava ir.
Eu tenho uma imagem de você no nosso dia favorito na praia.
A companhia dele traz luz em um dia de chuva.
Como eu tenho sentido sua falta ultimamente e do jeito que a gente falava e de tudo o que a gente não dizia.
As mãos dele no seu cabelo são a sensação de uma coisa em que se acredita.
Se eu te vir de novo, você vai voar como um pássaro roubando pão debaixo do meu nariz?'
Iron & Wine. Quem sabe de alguma coisa nessa porra, afinal. Preso na garganta. Por bastante tempo. Pra chegar sabe-se lá onde. Por um sentir que eu não sei. Por uma tristeza vazia e resistente. Parando uma vida que na verdade não é nada. Pela chance de dar certo. Pelo simples. Mas complica.
Eu não tenho te visto ultimamente na rua ou nos lugares aonde a gente costumava ir.
Eu tenho uma imagem de você no nosso dia favorito na praia.
A companhia dele traz luz em um dia de chuva.
Como eu tenho sentido sua falta ultimamente e do jeito que a gente falava e de tudo o que a gente não dizia.
As mãos dele no seu cabelo são a sensação de uma coisa em que se acredita.
Se eu te vir de novo, você vai voar como um pássaro roubando pão debaixo do meu nariz?'
Iron & Wine. Quem sabe de alguma coisa nessa porra, afinal. Preso na garganta. Por bastante tempo. Pra chegar sabe-se lá onde. Por um sentir que eu não sei. Por uma tristeza vazia e resistente. Parando uma vida que na verdade não é nada. Pela chance de dar certo. Pelo simples. Mas complica.
14 de abr. de 2011
nada.
if I fall in love with you,
are we one or am I two?
Genialidade demais por trás de uma pergunta só.
Jantar merecido pra quem fez prova de barriga de vazia por conta da chuva. Odeio chuva. Mesmo. Com todas as minhas forças pra odiar algo. Deve ser por isso que eu não sinto ódio por mais nada na vida. Fica tudo com a chuva. Tô pra descobrir o que me afete mais. Se às vezes é difícil manter postura e bom humor num dia de sol, o que dizer desta quinta-feira.
Até amanhã de tarde não faço mais nada. Só me atirar pra trás e esperar o tempo passar. E dormir.
Acho que vou investir meu primeiro salário em uma capa de chuva. Daquelas até os pés. E com capuz.
Vi uma guria com galochas roxinhas. Achei genial também. Porque eu cheguei em casa com os tênis encharcados. Mas meu tempo de usar galochas, daquelas azuis escuras mesmo, tradicionais, passeando com o vô pelo terreno, passou há mais de dez anos.
Sonhei com ele mês passado.
Eu em um carro, perto da minha casa, via ele caminhando com minha vó no fim de uma rua. E então eu desatava a chorar no banco de trás, olhando pela janela.
E acaba assim mesmo.
O post também.
Porque eu vou lá me atirar pra trás e esperar o tempo passar. E dormir.
are we one or am I two?
Genialidade demais por trás de uma pergunta só.
Jantar merecido pra quem fez prova de barriga de vazia por conta da chuva. Odeio chuva. Mesmo. Com todas as minhas forças pra odiar algo. Deve ser por isso que eu não sinto ódio por mais nada na vida. Fica tudo com a chuva. Tô pra descobrir o que me afete mais. Se às vezes é difícil manter postura e bom humor num dia de sol, o que dizer desta quinta-feira.
Até amanhã de tarde não faço mais nada. Só me atirar pra trás e esperar o tempo passar. E dormir.
Acho que vou investir meu primeiro salário em uma capa de chuva. Daquelas até os pés. E com capuz.
Vi uma guria com galochas roxinhas. Achei genial também. Porque eu cheguei em casa com os tênis encharcados. Mas meu tempo de usar galochas, daquelas azuis escuras mesmo, tradicionais, passeando com o vô pelo terreno, passou há mais de dez anos.
Sonhei com ele mês passado.
Eu em um carro, perto da minha casa, via ele caminhando com minha vó no fim de uma rua. E então eu desatava a chorar no banco de trás, olhando pela janela.
E acaba assim mesmo.
O post também.
Porque eu vou lá me atirar pra trás e esperar o tempo passar. E dormir.
5 de abr. de 2011
irises bloom in the borders
Achei um cd baixado aqui de cuja existência eu não sabia. Ou apaguei da memória. E nunca tinha ouvido. Ou apaguei isso também. Minotaur, do Clientele. Eu até sei como ele surgiu - mas simplesmente não lembro. É muito bom. E é melhor ainda ouvir músicas que não lembram nada. Que são só muito boas.
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Vou resenhar o Dançar tango em Porto Alegre, do Sergio Faraco, e li o conto mais comovente entre todos os que eu consigo me lembrar de já ter lido agora: A Língua do Cão Chinês. Aperta o coração.
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Vou resenhar o Dançar tango em Porto Alegre, do Sergio Faraco, e li o conto mais comovente entre todos os que eu consigo me lembrar de já ter lido agora: A Língua do Cão Chinês. Aperta o coração.
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