20 de mai. de 2012
essa maravilha
Que vida é essa de uma espera que nunca chega ao fim? De sentir satisfação, mas não felicidade. De sentir alegria, mas não completude. De não ser capaz de saber o que se quer. Eu só sei o que me faz sofrer, o que dói, o que me faz infeliz, o que me faz não querer levantar de manhã ou querer dormir por um ano. Ou só estar longe. Nos lugares onde eu me sinto bem. Rodeada por quem eu amo e por quem eu sou amada. Não é aqui. Talvez nunca seja. Tantas vezes eu olho. E vejo muito pros outros. E quase nada pra mim. Onde fica a minha vida? O que a minha vida espera de mim? Quando tudo o que eu já tentei até agora fracassou miseravelmente. E qualquer resquício de acerto chega a parecer coincidência ou consolação. Sorte do destino. Destino de merda. Não existe destino, e eu não vejo grande coisa. Nem grandes caminhos, nem grandes possibilidades. Só os dias, só as horas, só as palavras tentando em vão preencher um espaço sem perspectiva. Tão automático dizer eu não sei, eu não sei. Eu nasci e vou morrer e ainda não vou saber. Saber é difícil. Eu só queria não sentir dor. Por viver. Essa tristeza imensa, tão grande e forte que eu não consigo medir nem descrever e que insiste em sempre voltar. Em alguns dias, talvez uns meses, quem sabe alguns anos. Ou em nunca me deixar de verdade.
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