20 de out. de 2014

São tantos anos que já pode ser ficção.
"Acho que o que eu mais lembrava são teus olhos."
Logo os meus, que sempre atrás de lentes.
O que eu lembro hoje é de estar sentada na beira daquele lago sujo, embaixo de uma árvore que continua lá, câmera analógica e Oasis. My body feels young but my mind is very old, que nós entoávamos como um mantra. Tão jovens e já tão velhos. Passou algum tempo até eu perceber que, dessa música, eram outros os versos que seriam nossos. Na época, ele era obcecado pelos sonhos; eu, pela realidade. "Tu precisa sonhar", me dizia, "sonhar acordada". E eu, que não queria viver de sonhos, demorei pra mergulhar neles de olhos abertos. Até que acontece. E no momento em que a realidade passa a ser, menos do que era, muito pouco, é um caminho sem volta. Tudo serve pra alimentar uma imaginação que não se contenta. E todo aquele papo começa a fazer sentido. You can't give me the dreams that are mine anyway. You're half the world away. And when I leave this planet, you know I'd stay but I just can't stand it. Já me perdi, já me encontrei, e tudo de novo várias vezes o tempo todo. E assim a gente vai.

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