Que fique claro que, se alguém comentar que passou e viu uma guria sentada sozinha escrevendo na praça de alimentação do shopping, a tarde toda, eu fui forçada. Tivesse a opção, e eu estaria em casa dormindo. Mas os móveis não estavam prontos e o ralo do chuveiro estava entupido, de modo que eu me encontrava impossibilitada de ficar na minha própria casa.
Aí, nessa de não poder ficar em casa, e nessa de chover o tempo todo, eu fui pro Total. E aquele troço é cheio de lojas e cafés e coisa, mas impressionante como simplesmente não há o que fazer sem um real no bolso. Não que eu não tivesse dinheiro comigo. E também não sei o que eu esperava de um shopping, de qualquer jeito. Mas, então, sim, fiquei sentada, lendo ou escrevendo ou ouvindo música ou olhando pela janela. E fui ao cinema.
O filme era o último da Meryl Streep. Que na verdade é simplesmente estranho, mas ok. Eu quase decidi dormir em vez de assistir - menos pelo filme do que pela minha quantidade de sono -, mas acabei vendo. Mas foi o que menos me interessou, no fim das contas.
Na minha fileira, quatro cadeiras à esquerda, tinha um senhor careca, de boina azul clara, assistindo sozinho também. No final, eu olhei pra ele e ele estava com um lenço. E depois, quando o vi descendo, devagarinho, degrau por degrau, eu me perguntei sobre o que move um senhor de idade a ir sozinho ao cinema de um shopping. E não encontrei resposta. Mas, seja o que for, possivelmente é o que eu admiro nesses velhinhos que saem de casa e não se contentam em morrer enferrujados.
12 de mar. de 2010
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