28 de set. de 2011

em flashes

Eu vejo o Lúcio (e aí eu não consigo três coisas: não achar graça da situação, não me ver de novo na oitava série e não ouvir um "SIEEETE" imaginário), depois sonho com a minha turma de terceiro ano e hoje vejo, do ônibus, um pátio muito semelhante ao de uma das laterais do colégio. Pra que ano a vida quer que eu volte essa semana, hein?

26 de set. de 2011

da descoberta do dia

Quando eu ando mais perdida e até satisfeita com as minhas fantasias, umas faíscas de vida de verdade inventam de estourar em algum lugar e eu tenho que parar pra olhar. Ver de onde vieram, o que elas querem dizer, se podem resultar em alguma coisa mais efetiva que só faíscas. E então eu me perco tentando descobrir sem no entanto de fato fazer algo em prol disso. Eu sou uma incoerência com pernas, às vezes.
Mas não é nada. Poucas vezes é.
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Minha veia metaleira (porque eu tenho uma, em algum lugar) se manifestou e ontem foi o único dia desse rock in rio a que eu vou ter assistido. E com gosto. Sério, esses caras têm o melhor público, o mais fiel e fazem com certeza os melhores shows, de longe. Sigo até agora me lamentando por não ter visto Metallica até o fim.

20 de set. de 2011

dos feriados

Não posso deixar de pensar que Porto Alegre é quase o paraíso na terra no meio de um feriadão - uma medida do nível a que já chegou minha concepção de paraíso na terra. Mas a verdade é que eu não preciso de mais que uma cidade meio vazia pra me sentir mais humana. Menos gente, mais espaço pra quem fica. Em todos os sentidos. Como se os que ficam, seja por falta de vontade, seja por impossibilidade de sair, fossem aqueles que são realmente parte do lugar. É uma sensação curiosa. A gente poderia até falar sozinho na rua e talvez ninguém achasse falta de senso. E pode até chover que quem sabe não importe muito. Sobra mais ar pra pensar. E eu andei minhas sete-oito quadras familiares pensando em quanto se ocupa tempo demais pensando em o que teria acontecido se. Se eu tivesse ido, se tivesse ficado, se tivesse acontecido algo que não aconteceu e o inverso. Talvez seja dos poucos exercícios de imaginação que nunca vão fazer ninguém sair do lugar, uma vez que pouco importa o que teria acontecido se o ônibus tivesse atrasado quando ele não atrasou. Pouco importa nessacidadenemtemmaretunãosabeescrever. Às vezes eu imagino se Porto Alegre fosse uma praia. E tento responder se eu passaria pela beira na volta pra casa ou se seria muita mão. Mas pouco importa: Porto Alegre não é praia. Às vezes eu imagino morar em uma praia, fosse qual fosse. Deve ser uma vidinha muito, muito mansa.

19 de set. de 2011

divagação incompleta

Se o fulano fosse como todo mundo - ou como todo mundo tem de ser. Uma pessoa normal. E se diz que ninguém é normal, ou que é melhor não ser o normal, mas normal aqui eu entendo como simplesmente comum. No melhor dos sentidos que essa palavra pode ter e na aura mais singela que ela pode jogar sobre uma pessoa. Com os anseios, os problemas e as reclamações que toda vida tem quase que por natureza, sem potencializá-los. Sem os excessos que a gente confere a qualquer coisa na esperança de ser feliz ou ter razão. Um dia feliz e ganha o estigma de melhor, a melhor coisa que já me aconteceu. Uma tristeza mais aguda e a vida se torna um fardo, porque eu não posso ser acusado de não ter um problema real, um motivo real pra sofrer. Na minha singela e jamais requerida crença - não é assim. O certo. E quem é qualquer pessoa pra saber o que é o certo, mas alguma coisa se pode saber. Eu pergunto por que e como a vida nos faz essas coisas. E põe na nossa frente algo próximo da felicidade para depois mostrar que a maçã na verdade é podre. Eu poderia cortar e jogar fora a parte estragada e tudo estaria bem. Por que jogar a fruta inteira no lixo? Mas não. E a realidade sempre se impõe, soberana. Joga na tua cara que não é o bastante, que a existência dos poréns é uma lei, que pouca coisa pode ser plena. E como uma boa representante da minha espécie eu possivelmente cometeria de novo os mesmos erros, na esperança vã de poder fazer algo que nunca dependeu de mim, que nunca foi da minha alçada. Burrice, é o nome. E estagnação é uma parente próxima.

11 de set. de 2011

escavar de um cavaco

Às vezes a gente vive umas coisas incrivelmente boas. Mais do que às vezes até, com a boa vontade que esses momentos merecem, com toda a dignidade. E eu penso, porque possivelmente não exista o que se faça mais na vida do que pensar, na frustração de quando termina. Dos melhores dias que Porto Alegre já me deu, assim gratuitamente, sem nada em troca, com a voz e os sons dos guris da Apanhador bem na nossa frente depois de um pouco de falta de vergonha totalmente bem-vinda. E de repente acaba e isso fica no ar: os finais, porque as coisas acabam, e o gosto de quero mais, porque a gente sempre quer mais. Quero mais esses dias, quero mais esse clima que não é quente nem frio, quero mais essa voz que consegue ser macia sendo grave, quero mais os sons, quero mais alguém, quero mais esse sopro de vida que parece faltar em todos os outros dias que não foram esse. Não quero voltar sozinha. Tem um curta com esse nome, "Não quero voltar sozinho". Pois não quero. Eu quero contar que foi bom e dividir tudo o que eu puder. Porque voltar sozinha cansa e o caminho é mais comprido. Cansa não falar. Mas não hoje. Porque, embora eu não possa impedir que esses pensamentos sempre me inundem no caminho de casa, seria de uma injustiça imensurável, comigo mesma, deixar que eles ocupem o espaço de Um Rei e o Zé, Peixeiro, Nescafé ou Na Ponta dos Pés. A minha solidão, sempre aí enchendo o saco, por hoje pode ficar ali fora. Amanhã fazemos as pazes e retomamos a relação, nenhum dia mais favorável pra isso do que segunda-feira, almoçando angústias.


1 de set. de 2011

you shine like a staaaar oo-hoo
if only you ever knew, you'd go out and blooom oo-hoo
if only you ever knew, you're very uncool
oh yeah, but forever wonderful

E pensar que em épocas nem tão distantes eu me derramaria em lágrimas ouvindo essa droga. Agora eu danço.