14 de nov. de 2009

final de semana 13 e arroio teixeira

Sexta-feira 13 e chuva: convenhamos, não existia a menor possibilidade de alguma coisa funcionar. Porque nós sabemos que qualquer desgraça, por mais ínfima que seja, nunca vem sozinha.
Mas, ignorando os fatos (a chuva, as nordestinas tagarelando no ônibus, o fone de ouvido estragado, vir pra praia de madrugada, esquecer o secador, esquecer a escova, esquecer tudo), talvez nem tudo esteja perdido.
Pouco antes do meio-dia eu discuti com meu irmão - quando é que eu não discuto com o meu irmão? - e saí pra caminhar. Fim de semana chuvoso/nublado e praia abandonada é um prato cheio pra quem gosta de caminhar sem ver gente. Andei por todos os cantos de Arroio Teixeira. Aqueles lugares a que a gente ia de bicicleta quando era criança achando que tinha ido longe demais mas que na verdade são ali do lado. Fui até a beira da praia: vento quente e uma daquelas nuvens-rolo, como eles chamam - pequena, é verdade, mas ainda assim -, anunciando mais chuva. Sentei em cima de um dos cômoros pra ficar brincando com a areia e olhando o mar e as ondas e um carinha pescando ali perto. E depois voltei pra casa, certificada de que a minha praia continua a mesma.
Eu gosto de Arroio Teixeira por isso: faz 18 anos que eu venho pra cá todos os verões e em finais de semana aleatórios ao longo do ano, e - à exceção das casas novas que surgem e de duas boates estranhas - todo ano tudo sempre continua igual ao anterior e ao anterior e ao anterior. Uma ilha isolada do tempo. A única coisa que não mudou desde que eu nasci.

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