2 de set. de 2010
why would i lie
a girl whose upper arm read “fiction”
like it might have been typewritten
when I asked her its significance
she said she sometimes took reminding
what she wanted to be doing
whether reading it or writing
Eu estaria feliz se estivesse fazendo qualquer um dos três.
Mas eu disse que o segundo semestre ia ser melhor. E é verdade. Eu só tô sempre preocupada com alguma coisa. Eu só não tenho mais escrito.
Há semanas. O que é verdadeiramente triste. Mesmo. E escrever sem assunto é quase tão útil ou inútil (pra mim) quanto não escrever uma linha e deixar essa foto do Beira-Rio aí (que, convenhamos, é mais digna de aparecer do que qualquer coisa que eu escreva), mas esse blog não tem nenhuma proposta além dessa, mesmo, então, né.
Ano passado, quando eu pegava ônibus em Porto Alegre pra vir pra cá, quase sempre pelo menos um dos passageiros me dava vontade de chegar em casa e escrever sobre ele. Às vezes, alguns até conversavam comigo: a guria da Independência, o cara de sobretudo que ficou falando das impressões digitais, o tatuado com a filhinha linda dele; e, agora, eu mal olho pro lado que não seja o da janela. São as pessoas que vêm pra Canela/Gramado que ficaram menos interessantes (se é que algum dia foram) ou eu que larguei de mão essa coisa de gente?
Aliás, eu não sei por que eu ainda pego as janelas. Com certeza não é pensando em não passar frio, porque o ar vem ali de cima e é horrível. Nem pela vista, porque eu já decorei o caminho de ida e volta sentando nos dois lados do ônibus. Acho que é só pelo conforto de poder ficar sentada esperando todo mundo sair pra depois poder levantar e pegar minha mochila com calma, sem mais ninguém atrás de mim. Deve ser isso.
E amanhã eu vou pra minha praia possivelmente abandonada, esperando por uma semana invertida.
Porto Alegre e a chuva vão ficar muito bem sem mim até quarta, presumo.
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