Meus pais têm um amigo, e ele é daquele tipo que é depois de conhecer que se descobre a pessoa incrível que tá ali. Ele é casado, e meus pais são padrinhos da filhinha dele, que é a coisa mais querida. Antigamente, quando ele aparecia lá em casa, a gente ficava papeando e tomando caipirinha.
Pois hoje esse cara tava em Porto Alegre e veio me visitar. A gente saiu, tomou um café, e ele foi comigo ver um apartamento, lá quase em Viamão. No caminho, o celular dele tocou. "Tu ouviu tua filha gritando aqui, né?" Era mentira, e ele sabia, claro. Mas, mesmo assim, a gente silenciou. E eu fiquei olhando as paisagens da Ipiranga, enquanto ele tamborilava os dedos na direção esperando o sinal abrir.
Depois de muito nos admirarmos com o apartamento, que tinha até churrasqueira, voltamos, e ele me deixou na porta, quando poderia perfeitamente ter facilitado a própria vida e me deixado na esquina.
É bem verdade que meus pais têm um monte de amigos que me fazem subir as escadas quando tocam a campainha, mas tem uns assim que compensam.
16 de set. de 2009
14 de set. de 2009
11 de set. de 2009
it's raining man
Faz tempo que eu não ganho minhas semanas com os ônibus. Aliás, têm vindo quase vazios. Esse último foi praticamente só meu, eu podia escolher em que lugar sentar. Além de botas encharcadas, chuva também tem disso. Só gente louca pra se bandear até a rodoviária na chuva pra ir pra um lugar onde chove ainda mais.
Mas é legal. Esperar o ônibus lendo no meio de toda aquela gente - nego chega e senta do meu lado e eu nem sei. E depois ficar ali, no escuro, no silêncio, vendo tudo passando, passando, e as gotas escorrendo pelo vidro molhado.
-
"Eu não sei o que vocês vêem, mas eu vejo uma vontade de nada, de sumir, de se desintegrar de uma vez, virar pó."
-
Mas eu odeio chuva.
9 de set. de 2009
volubilidade
Recuperei o guarda-chuva. Não tenho mais prova sábado de manhã. Não tenho mais que trocar passagem. E, ainda, algum(a) maluco(a) me deu um surpreendente e absurdo, porém muito bem-vindo, 24,5 na última redação. Dia feliz esse.
(Só faltou parar de chover.)
(Aliás, trocaram a banca de flores da esquina por uma banca de guarda-chuvas, hahah.)
(E eu ainda quero que a Joyce vá pro inferno.)
(Só faltou parar de chover.)
(Aliás, trocaram a banca de flores da esquina por uma banca de guarda-chuvas, hahah.)
(E eu ainda quero que a Joyce vá pro inferno.)
puta.
Esqueci o guarda-chuva e tá chovendo. Tenho que ir pra aula. Tenho prova sábado de manhã. Não posso trocar a passagem por telefone/tele-entrega: "Antigamente a gente fazia a troca por telefone, agora a gente não faz mais. Só pessoalmente."
Vai pro inferno, Joyce querida.
Vai pro inferno, Joyce querida.
7 de set. de 2009
guaranteed
Eu vi Into The Wild pela primeira vez no colégio, na aula de português, em uma tv pequena, com o reflexo das janelas e dividido em três períodos (foi um milagre terem aceitado não ver dublado). Não sei quais eram as reais pretensões da Marluce quando ela resolveu nos passar esse filme, mas, sejam quais forem, eu tenho certeza de que ninguém parou pra pensar nelas. Todo mundo sempre odeia os professores de português no colégio, ainda mais quando eles são bons.
E daí que eu resolvi comprar o cd agora, um ano depois. Só porque a voz do Eddie Vedder ainda figura entre as que eu gosto de ouvir. E pra eu ter uma desculpa pra mim mesma: olha, eu não estudo, não leio e não escrevo mais nada que preste porque eu tô ouvindo música. Não é preguiça, não. Nem falta de foco. Capaz.
(E não são as músicas do meu iPod, que, por mais eu mude, são sempre as mesmas. Eu nem sei por que eu comprei um iPod, afinal de contas. Ele tem sido especialmente útil esse ano, aham, mas eu sempre preferi cds. Mesmo não tendo nenhum que valha alguma coisa. E, além do mais, quando eu tô sozinha - o que acaba sendo quase todo o tempo - eu sequer gosto de caminhar ouvindo música. Detesto. Acaba com toda a essência da coisa.)
6 de set. de 2009
gonna grow up
Eu uso óculos e relógio de pulso desde quase sempre - os tempos antes disso são outra coisa, são diferentes. Eu tenho olhos verdes falsos - eles bem que tentaram, mas não conseguiram. Eu tive uma infância feliz - tudo de ruim de que eu me lembro, bom, eu apaguei. Eu adorava andar de balanço. Eu tinha as melhores férias possíveis com o meu primo. Eu gostava de desenhar e de escrever - meus cadernos e blocos e as canetas e os lápis de cor eram indispensáveis, em qualquer lugar. Eu escrevia bilhetes pro meu pai dizendo que ele era o melhor pai do mundo. Foi ele que me fez colorada e que me fez o que eu sou, embora todo mundo sempre diga que eu sou 'minha mãe escrita'. Meus dois avôs morreram, mas eu ainda me lembro deles, especialmente do pai do meu pai - eu não esqueci do jeito que dizem que a gente esquece. Eu sempre fui boa aluna. Eu sempre gostei de ler. Eu sempre fui tímida. E eu acho que eu sempre quis o melhor - pra mim, sim, e pra todo mundo.
Mas eu cresci.
Em termos, é verdade, mas eu cresci.
E quando a gente cresce, ah, meu caro, esquece, porque já era.
Assinar:
Postagens (Atom)