Eu uso óculos e relógio de pulso desde quase sempre - os tempos antes disso são outra coisa, são diferentes. Eu tenho olhos verdes falsos - eles bem que tentaram, mas não conseguiram. Eu tive uma infância feliz - tudo de ruim de que eu me lembro, bom, eu apaguei. Eu adorava andar de balanço. Eu tinha as melhores férias possíveis com o meu primo. Eu gostava de desenhar e de escrever - meus cadernos e blocos e as canetas e os lápis de cor eram indispensáveis, em qualquer lugar. Eu escrevia bilhetes pro meu pai dizendo que ele era o melhor pai do mundo. Foi ele que me fez colorada e que me fez o que eu sou, embora todo mundo sempre diga que eu sou 'minha mãe escrita'. Meus dois avôs morreram, mas eu ainda me lembro deles, especialmente do pai do meu pai - eu não esqueci do jeito que dizem que a gente esquece. Eu sempre fui boa aluna. Eu sempre gostei de ler. Eu sempre fui tímida. E eu acho que eu sempre quis o melhor - pra mim, sim, e pra todo mundo.
Mas eu cresci.
Em termos, é verdade, mas eu cresci.
E quando a gente cresce, ah, meu caro, esquece, porque já era.
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