22 de fev. de 2012

a puppet on a string

Me inspiram os que escrevem, os que se separam de mim por um abismo e os que são como eu. Nas temperaturas de Porto Alegre eu só posso lamentar o frio que insiste em todo ano se demorar. Saudade serrana que eu sempre vou carregar, não importa o quão perto. E o que eu vivo aqui segue ficando para trás, junto às coisas que eu trouxe de lá e o que eu nem quero mais saber. Minha ambição carente de objeto ambicionado. Qual a explicação para a dificuldade de se dizer não? Não para  os outros, e para os outros também, mas para si mesmo e para as vontades descabidas e já gastas que às vezes esquecem de ficar também para trás com todo o resto. Como se assinar a sentença de um não fosse me roubar algo há muito já ausente, inexistente quem diz. Como se fosse definitivo - e nada na vida que não a morte pode ser definitivo. A gente sabe e esquece. A gente sabe e ignora. A gente sabe e insiste nos erros repetidos, ano depois de ano, música depois de música, fim depois de fim. E vem a vida brincar como se tudo fosse nada e nada valessem os esforços, vãos, vãos, vãos. Quem tu pensa que é pra me desafiar? Se der certo agora, eu te pego na curva depois. Pode esperar, que as cordas da tua felicidade são meus dedos que controlam e eu solto ou arrebento conforme me convier. Vai lá, hoje a noite é tua, amanhã e nos dias e meses que se seguirem nós acertamos a conta. Vai lá, vai. Cansei de ti por hoje.

2 comentários:

Gugu Keller disse...

Com o começo, começa o fim. Com o fim, um novo começo.
GK

~ disse...

que leva a novo fim. ad aeternum