11 de fev. de 2010
10 de fev. de 2010
na corda bamba
asas
a esperança equilibrista
sabe que o show de todo artista
tem que continuar
Essa música me arrepia, literalmente, às vezes.
Não só pela letra.
Ou por quem me apresentou a ela, dizendo que "olha só, a tarde caindo feito um viaduto e a gente aqui, ainda".
Pelos dois.
a esperança equilibrista
sabe que o show de todo artista
tem que continuar
Essa música me arrepia, literalmente, às vezes.
Não só pela letra.
Ou por quem me apresentou a ela, dizendo que "olha só, a tarde caindo feito um viaduto e a gente aqui, ainda".
Pelos dois.
6 de fev. de 2010
texas
É bom olhar o mar no fim da tarde. Até Arroio Teixeira fica bonita a essa hora. O resto de sol às costas, e o mar refletindo o céu, de forma que se torna difícil distinguir a verdadeira cor de cada um - se é que ela existe. Eu me perco olhando o mar. O mais longe possível, até aquele ponto imaginário em que ele encontra o céu e que a gente chama de horizonte. Seria bom poder estar lá de vez em quando. No horizonte.
-
Depois de ter voltado a minha atenção à beira da praia, quando eu senti os primeiros pingos tímidos da chuva que estava por vir, eu olhei pra trás e vi um cara lá do Anglo. Acho que ele me reconheceu, porque ficou olhando também. E eu tive que rir sozinha na hora - e não sei se ele viu isso também ou não -, porque, bom, o mundo, ou pelo menos o Rio Grande do Sul, tem que ser mesmo muito pequeno pra se encontrar alguém em Arroio Teixeira. Imagino que nenhum de nós sabia direito o que fazer - cumprimentar ou não? Acenar? Sorrir? Mexer a cabeça? Na dúvida, nenhum deles. Mas eu acho que é mesmo assim que eu gosto mais.
-
Meu pai mandou fazer duas faixas. Uma convencional e a outra: "Parabéns, Ricardo! Pai de bixo UFRGS 2010! $$$"
Curti muito.
-
Depois de ter voltado a minha atenção à beira da praia, quando eu senti os primeiros pingos tímidos da chuva que estava por vir, eu olhei pra trás e vi um cara lá do Anglo. Acho que ele me reconheceu, porque ficou olhando também. E eu tive que rir sozinha na hora - e não sei se ele viu isso também ou não -, porque, bom, o mundo, ou pelo menos o Rio Grande do Sul, tem que ser mesmo muito pequeno pra se encontrar alguém em Arroio Teixeira. Imagino que nenhum de nós sabia direito o que fazer - cumprimentar ou não? Acenar? Sorrir? Mexer a cabeça? Na dúvida, nenhum deles. Mas eu acho que é mesmo assim que eu gosto mais.
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Meu pai mandou fazer duas faixas. Uma convencional e a outra: "Parabéns, Ricardo! Pai de bixo UFRGS 2010! $$$"
Curti muito.
3 de fev. de 2010
30 de jan. de 2010
toco
Atrás de uns esquemas do colégio, eu só encontrei coisas da Toca. Os meus pareceres descritivos, mais exatamente. Tudo que as tias viram em mim dos três aos seis-quase sete anos.
O primeiro deles, do meu primeiro ano lá, dizia que eu tinha dificuldade de me equilibrar e de pronunciar o r e o nome de dois colegas (William e Alisson, que, descobri ali, eu chamava de Wili e Wali, hahah), que a minha adaptação tinha sido tranqüila e que eu era uma criança feliz, alegre e comunicativa.
Então alguma coisa misteriosa aconteceu, de 1994 para 1995, porque do segundo em diante: comportamento tímido e discreto, muitas vezes prefere brincar sozinha, sensibilidade, chora facilmente. E aí, pra amenizar a desgraça: extremamente cuidadosa e caprichosa, organizada, atenta, vocabulário rico, muito espontânea e alegre na companhia dos colegas mais queridos e/ou quando acredita não estar sendo observada.
'Eu não quis participar de uma brincadeira que consistia em encontrar, com a ajuda da professora, um colega em um quarto escuro.'
'Eu me empolguei com a presença do meu pai na escola na Hora do Conto.'
'Eu adorava subir nas árvores e brincar na grama.'
'Eu optava por ser a última do "trem" (a fila) nos passeios.'
Falaram até de um amigo imaginário. E que eu adorava cantar.
Eu nunca tinha lido essas coisas antes. Fico tentando imaginar o que meus pais pensavam, na época, quando liam. Mas o impressionante é pouco disso tudo ter mudado realmente.
O primeiro deles, do meu primeiro ano lá, dizia que eu tinha dificuldade de me equilibrar e de pronunciar o r e o nome de dois colegas (William e Alisson, que, descobri ali, eu chamava de Wili e Wali, hahah), que a minha adaptação tinha sido tranqüila e que eu era uma criança feliz, alegre e comunicativa.
Então alguma coisa misteriosa aconteceu, de 1994 para 1995, porque do segundo em diante: comportamento tímido e discreto, muitas vezes prefere brincar sozinha, sensibilidade, chora facilmente. E aí, pra amenizar a desgraça: extremamente cuidadosa e caprichosa, organizada, atenta, vocabulário rico, muito espontânea e alegre na companhia dos colegas mais queridos e/ou quando acredita não estar sendo observada.
'Eu não quis participar de uma brincadeira que consistia em encontrar, com a ajuda da professora, um colega em um quarto escuro.'
'Eu me empolguei com a presença do meu pai na escola na Hora do Conto.'
'Eu adorava subir nas árvores e brincar na grama.'
'Eu optava por ser a última do "trem" (a fila) nos passeios.'
Falaram até de um amigo imaginário. E que eu adorava cantar.
Eu nunca tinha lido essas coisas antes. Fico tentando imaginar o que meus pais pensavam, na época, quando liam. Mas o impressionante é pouco disso tudo ter mudado realmente.
my girl
Eu me lembro até hoje do meu primeiro dia de aula no colégio. Pouco antes de sair de casa, com meu abrigo da Lilica e minha mochila rosa - eu já tive coisas rosas! -, eu estava pensando na possibilidade de me perder lá dentro. O Marista, como todas as coisas quando a gente é pequeno, parecia enorme. Que decepção teria sido se eu tivesse descoberto, na época, que ele não tem nem a metade do tamanho dos de Porto Alegre.
Eu não me perdi lá dentro, é claro. Seria mais fácil isso acontecer na sala de aula, com tantas pessoas diferentes no mesmo espaço. Não é difícil se perder na diversidade.
Tinha o Kauê, um loirinho com quem eu fiz um trabalho em duplas uma vez e que me emprestou lápis de cor. (Não tenho idéia de que fim o levou, mas eu me lembro dele até hoje só por isso.) Tinha o Rossi, que já sabia ler. Tinha um tal de Fernando. Tinha todo mundo da Toca.
E tinha o Moisés - na época com mais orelhas de abano do que eu.
Mais tarde, na quarta série, ele sentava atrás de mim, e eu comentei em um diário que ele me chamava de animal incompetente. (Errei três vezes essa palavra. Dislexia pegando.) Toda a delicadeza do mundo, hum?
Mais tarde ainda, na oitava série, e até hoje eu não sei como, a gente namorou.
É difícil dizer com certeza em qual das três épocas nós éramos mais crianças - se na primeira, na quarta ou na oitava série. Mas valeu a pena.
Ele não foi o primeiro beijo, mas, olhando com os olhos de 19 para a menina de 14 que eu era àquela época, foi com certeza o que de mais bonito aconteceu aquele ano. Menos de dois meses. Mas com direito a uma azaléia roxa no cabelo em um fim de tarde de inverno tão bonito.
Depois disso, a gente só voltou a conversar e a conviver que nem gente no terceiro ano, depois de uma prova de biologia em duplas escolhidas pela Liane ao acaso.
E a história "fechou", onze anos depois da primeira série, com um abraço na formatura.
Mas não o carinho.
28 de jan. de 2010
as memoráveis
"Como desenhar uma pirâmide ou um tetraedro regular, para iniciantes/amadores. Façam duas linhas, mais ou menos como se vocês fossem desenhar um meio losango. Ou um meio quadrado, também serve. Depois façam um ponto acima delas e liguem o vértice e as pontas das linhas até ele. A parte de trás é só tracejar."
"Vocês são muito bons. Eu conheço vários e eu sei que tem gente muito boa aqui.
Não, mentira, né? Eu não conheço e não sei o nome nem de metade, no mínimo. Mas é, é verdade, eu não tô nem aí."
"Dia 20 de agosto de 1977. O acontecimento mais importante daquele ano na Guerra Fria."
"Tem uma questão no simulado que, bah, vai ser arrasa-quarteirão!"
"Quando vocês quiserem se lembrar de qualquer coisa do Barroco, pensem no Michael Jackson."
"Teve uns doentes aí que acertaram só 10. 10 em química é algo próximo da mediocridade total."
"Ai, ai, ai... Pára, pára, pára tudo. Ponham um ob aí!"
E deu certo.
"Vocês são muito bons. Eu conheço vários e eu sei que tem gente muito boa aqui.
Não, mentira, né? Eu não conheço e não sei o nome nem de metade, no mínimo. Mas é, é verdade, eu não tô nem aí."
"Dia 20 de agosto de 1977. O acontecimento mais importante daquele ano na Guerra Fria."
"Tem uma questão no simulado que, bah, vai ser arrasa-quarteirão!"
"Quando vocês quiserem se lembrar de qualquer coisa do Barroco, pensem no Michael Jackson."
"Teve uns doentes aí que acertaram só 10. 10 em química é algo próximo da mediocridade total."
"Ai, ai, ai... Pára, pára, pára tudo. Ponham um ob aí!"
E deu certo.
23 de jan. de 2010
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