Férias à 2007, com um monte de livros pra ler, mas sem nada de verdade pra fazer.
Não que eu esteja procurando, também. Não.
Tem uma aranha morta na minha frente.
Meu quarto pode ser um lugar assustador, com o armário vazio, todas as coisas espalhadas quase aleatoriamente, mais duas malas cheias vindas de Porto Alegre, tudo precisando de lugar. Eu me assustei. Porque armaram uma armadilha. E eu fui forçada a cair e a arrumar tudo.
É inevitável fantasiar. Eu imagino como quem escreve consegue escrever. Quero dizer, se eu quisesse escrever um livro, eu não conseguiria, porque não saberia com o que encher duzentas páginas. Ninguém tem tanto pra dizer ou redizer. Ninguém tem tanto o que copiar ou parafrasear. Mesmo com uma idéia completa, por assim dizer, minimamente decente (ou não) - não digo nem com começo, meio e fim -, requer lingüiça demais. Eu leio um monte deles, mas são todos uns mentirosos. And so am I.
Queria um cd só com instrumentais. Com solos de sax. Ando meio aversa às palavras. Ou saturada delas. Porque sempre são muitas, mas poucas vezes dizem de verdade. E não tem nada melhor pra se ouvir de madrugada, de qualquer forma.
Eu me lembro de uma aula de geografia do terceiro ano com o Eduardo. Ele nos entregou um texto - Intenções por trás das palavras, Stephen Kanitz - e pediu que a gente, depois de ler, escrevesse sobre. Eu escrevi duas frases amadoras, com uma simplicidade grosseira que no caso não era simplicidade mas mediocridade. E ele escreveu abaixo, em vermelho: "Bom. Pena que o tempo não te deixou escrever mais". Eu tenho vontade de rever o Marista. Mas não o suficiente pra ir até lá. Não o suficiente a ponto de ter cara o suficiente pra ir até lá.
Via Láctea. Recém visto. Não é sempre que a juventude prefere a juventude.
22 de jan. de 2010
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