Me empolguei com a história das moscas. Tá maior do que o previsto e eu ainda não terminei. Mas tô achando o maior barato escrever, apesar da merda que tá saindo. Acho que essa deve ser a graça dos livros ruins que tem por aí. Quer dizer, podem ser um lixo e tudo, mas pelo menos os caras devem ter gostado de escrevê-los. Se nem isso aconteceu, então, bom, desculpa, mas eu tenho pena deles.
(Digo isso porque, se até eu tenho, um escritor que é escritor certamente tem consciência de quando o que ele escreve não presta. E insistir no que não presta é, com toda a certeza, mais degradante e frustrante do que insistir em um erro - o que até pode ser bom, né.)
Vale pras músicas e pros poemas, também, eu acho.
Se bem que música é diferente.
Eu fico pensando na quantidade de músicas que existe em todo o mundo. Imaginem também. É música pra caralho. E são todas diferentes. E, mesmo assim, tá cheio de gente por aí, famosa ou não, sempre fazendo mais. Eu admiro essas pessoas. Por piores que sejam as músicas. Porque, pelo amor de Deus, alguém há de concordar comigo, para criar uma coisa diferente de todas as que já existem, o cara tem que ser o mínimo de foda.
Voltando às moscas - acho o máximo escrever moscas -, eu devo terminar a história hoje ou amanhã, e postar não sei quando, mas eu tenho certeza de que não vou encontrar um título. Normal.
22 de fev. de 2009
21 de fev. de 2009
ok, dr.
Você sabe que alguma coisa com você está muito errada quando você consegue inspiração em moscas.
Eu estava na sala com minha mãe e uma amiga dela enquanto passava essa novela esplêndida que é Caminho das Índias, com a Juliana Paes conseguindo imprimir piranhagem até em uma indiana. Nada contra ela, não, acho até bonita e tudo, mas, né, por favor. Fico só imaginando o que passaria na cabeça de um indiano de verdade se assistisse. Enfim. O caso é que enquanto eu assistia havia algumas moscas voando ali pelo meio e, eventualmente, ao meu redor. E, pela primeira vez em meses, tive uma idéia que eu diria quase fantástica para uma história. Veja bem, eu diria. Mesmo assim, acho que vou tentar escrever. Se der certo, eu posto.
Eu estava na sala com minha mãe e uma amiga dela enquanto passava essa novela esplêndida que é Caminho das Índias, com a Juliana Paes conseguindo imprimir piranhagem até em uma indiana. Nada contra ela, não, acho até bonita e tudo, mas, né, por favor. Fico só imaginando o que passaria na cabeça de um indiano de verdade se assistisse. Enfim. O caso é que enquanto eu assistia havia algumas moscas voando ali pelo meio e, eventualmente, ao meu redor. E, pela primeira vez em meses, tive uma idéia que eu diria quase fantástica para uma história. Veja bem, eu diria. Mesmo assim, acho que vou tentar escrever. Se der certo, eu posto.
four winds blowing through her hair
Tem músicas que são contagiantes, né?
Essa Four Winds, do Bright Eyes, é um caso.
Ela dá vontade de fazer qualquer coisa, menos de fazer nada. Tipo, tem músicas muito mais animadas e que nos fazem querer dançar e pular, não importa quem esteja na frente. Four Winds é diferente. Dá vontade de não ficar parada não necessariamente no sentido de mexer os músculos, mas de, ah, fazer alguma coisa. Ora, tem tanta coisa a ser feita. Não importa a vida, não importa a pessoa, não importa o lugar, há o que fazer. Melhorias, mudanças, sutis ou não, aqui e ali. Quando eu ouço Four Winds normalmente é isso o que eu penso. Mas, com o cheiro da noite passada ainda em meus braços e em meus cabelos, hoje minha cabeça anda em outro lugar, mesmo ouvindo Four Winds incansavelmente. Não pensem besteira, eu só fui ao cinema. E o filme não importa. Nem mesmo a bolha que meu sapato me fez importa. Importa que eu estou bem. Ponto. Sei lá por quanto tempo, sei lá até quando, sei lá se felicidade é verdade. Mas isso também não importa. Porque está ótimo assim.
Essa Four Winds, do Bright Eyes, é um caso.
Ela dá vontade de fazer qualquer coisa, menos de fazer nada. Tipo, tem músicas muito mais animadas e que nos fazem querer dançar e pular, não importa quem esteja na frente. Four Winds é diferente. Dá vontade de não ficar parada não necessariamente no sentido de mexer os músculos, mas de, ah, fazer alguma coisa. Ora, tem tanta coisa a ser feita. Não importa a vida, não importa a pessoa, não importa o lugar, há o que fazer. Melhorias, mudanças, sutis ou não, aqui e ali. Quando eu ouço Four Winds normalmente é isso o que eu penso. Mas, com o cheiro da noite passada ainda em meus braços e em meus cabelos, hoje minha cabeça anda em outro lugar, mesmo ouvindo Four Winds incansavelmente. Não pensem besteira, eu só fui ao cinema. E o filme não importa. Nem mesmo a bolha que meu sapato me fez importa. Importa que eu estou bem. Ponto. Sei lá por quanto tempo, sei lá até quando, sei lá se felicidade é verdade. Mas isso também não importa. Porque está ótimo assim.
20 de fev. de 2009
só
Eu me divirto com o fato de que, às vezes, as frases que mais dizem alguma coisa a meu respeito vêm dos lugares mais improváveis. Estava ouvindo música aleatoriamente nesse Windows Media Player do século retrasado quando, depois de um momento incrível com um jazz, tocou esta aqui: Só - Kamau. Quem me mandou ela foi um namorado(?) de uma amiga, no ano passado - ou seria retrasado também? bom, não importa -, quando eu ainda falava com ele no msn. Figura definitivamente rara, o rapaz. Ele já é maior, mas ainda estuda lá no nosso velho colégio e deve se formar no fim desse ano. Como me deu vontade de voltar lá agora. Nem que fosse só para agradecer o cara pela música. Pois bem. Não vou pôr a letra inteira aqui, só um pedaço.
Sei que eu me enrolo com tanto projeto pendente
Ah, se eu soubesse como é osso ser independete
Depender de gente que nem sente o mesmo amor que eu
Ter que pedir por favor, pelo amor de Deus
[...]
Fui pra ver se flui, se der espero lá na frente
Tem muito pensamento inundando a minha mente
E o ditado quem quer faz, quem não quer manda
E eu tenho que tropeçar pra aprender como se anda
18 de fev. de 2009
pois então...
Acordei hoje animada, cheia de idéias para pôr em prática, ânimo para caminhar e energia para gastar. Qual não foi minha surpresa quando descobri a chuva lá fora. Mas eu ainda não estava derrotada: a inspiração era tanta que eu poderia passar a tarde escrevendo. Qual não foi minha surpresa, dessa vez, quando "o Windows não foi iniciado com sucesso". Continua não iniciado com sucesso até agora, e só mesmo implorando ao irmão e à mamãe para ter uns momentos a sós com a minha fascinante vida virtual. Desgraça pouca é bobagem.
16 de fev. de 2009
bicho do mato, oi, oi, oi
Trânsito meio complicado na descida da serra, chegamos mais tarde do que o previsto ao litoral e acabamos jantando uma praia antes da nossa. Era um lugar superbacana! Uma lanchonete/pastelaria chamada Da Hora, com chão e mesas e cadeiras de madeira, iluminação baixa e garçons divertidos, que conseguiam, com perfeição, deixar os clientes à vontade - digo isso porque eu nunca me sinto bem em lugar nenhum, e foi com enorme sacrifício que eu desci do carro para jantar em um lugar desconhecido e cheio de gente. Enquanto nós esperávamos nossos pastéis - pedi um de camarão e catupiry - dois hippies mato-grossenses que estavam "viajando pelas praias do país" chegaram para tocar. Eu, que tenho uma queda por hippies, me deliciei. Não tem como não gostar de caras com dread no cabelo que viajam o país tocando - e vendendo brincos lindos - fumando a marafa deles, sem ter que se preocupar com nada.
Enfim. Noite ótima. Como poucas, mesmo. Para eu aprender a me socializar antes que minha timidez me mate, porque me parece muito injusto que ela me prive de coisas assim.
Enfim. Noite ótima. Como poucas, mesmo. Para eu aprender a me socializar antes que minha timidez me mate, porque me parece muito injusto que ela me prive de coisas assim.
malpassado
Desisti dos epílogos. Ainda existiam mais cinco, mas decidi deixá-los fora dessa. Não que não fossem relevantes, mas acho que não cabe mais fazer isso, postar coisas velhas e tal. Cansei. Mesmo porque eu vou retomar o assunto quando o livro chegar e depois que eu terminar de ler. E, bom, o novo sempre vem.
Aliás, não vou conseguir deixar de comentar: peguei um momento do BBB semana passada - é, do BBB - em que a mulher na casa de vidro cantou esse trecho da música assim: "é você que é malpassado e que não vê que o novo sempre vem". Morri.
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Descobri recentemente que dois ex-alunos do meu ex-colégio viajaram para o Uruguai. De mochila. Deus sabe o quanto eu queria conhecer alguém parceiro o suficiente para fazer a mesma coisa. Não é o tipo de coisa que dá pra fazer com qualquer um. Tem que ser alguém que esteja exatamente na mesma situação - essa coisa de estar em sintonia às vezes faz sentido - e querendo a mesma coisa: sumir, ouvir música, fazer tudo sem horário nem data. Como eu queria. Mas é o tipo de coisa que me parece mais distante até do que estabilidade financeira. E olha que isso tá longe. Mas assim, muito longe.
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Tenho mais uns posts soltos pro futuro. Esse aqui foi só pra aliviar a tensão decorrente de ler milhares de blogs por aí e não escrever nada.
5 de fev. de 2009
epílogo I - 16/01
Fiquei me sentindo meio acabada com essa. Esse livro, a história... É tão diferente de tudo com o que eu estava acostumada até então. Quero dizer, eu olho para a minha vida agora e não vejo nada. Vejo uma vida pequena, repleta de pequenez e de uma enorme falta de significado. Meaninglessness. Eu demorei tempo demais para compreender o que essa palavra quer dizer. Eu penso em Nic - penso que ele é de verdade, e que está vivendo em algum lugar agora, assim como seu pai - e a única coisa que eu sinto e vejo e, principalmente, compreendo é como eu não sou nada. Como minha vida não faz diferença. Digo, pode fazer toda a diferença para quem gosta de mim, mas uma coisa é inegável: se eu morresse agora, por pior que pudesse ser, todas essas pessoas iriam seguir com suas vidas; elas viveriam, com ou sem mim. De qualquer jeito, não é a isso que eu me refiro. Eu queria poder ajudar, fazer alguma coisa, qualquer coisa que fizesse alguma diferença, por menor que fosse, numa escala maior. Algo que faria falta se eu parasse de fazer. Queria pôr para fora tudo isso - enquanto eu sinto - e ajudar qualquer um que precisasse dessa ajuda, por menor que ela possa ser.
Eu li o livro - na verdade ainda faltam algumas páginas - e me emocionei com algumas passagens - a carta, em particular -, mas não chorei. E estava até agora me recriminando por isso. Mas o fato é que eu sou assim: preciso de alguma coisa a mais, um empurrão. E ele veio. Não passei no vestibular. Eu já sabia - tinha certeza -, mas é especialmente frustrante quando vem acompanhado de uma verdade que, agora eu vejo, eu relutava, e continuo relutando, em aceitar: eu não sou capaz. Eu posso ser capaz de muitas coisas, mas não sou inteligente e não sou capaz disso.
E agora aqui estou eu. Mal conseguindo segurar as lágrimas enquanto escrevo. Estou lutando contra elas, por mais vontade de chorar que eu tenha agora, porque... Não sei por quê. Eu acho que só sei que não precisava - ou, e provavelmente, não queria precisar - disso: passar na federal. Agora, nesse exato momento, tudo o que eu queria era ajudar alguém, fosse quem fosse. E significar para esse alguém. Eu me sentiria plena. Isso me bastaria. Eu não precisaria de mais nada.
Então eu volto, lembro da existência da minha vida e que não posso fugir dela, não posso ir para lugar nenhum - não vou passar de Porto Alegre, diga-se. Eu me dou conta, pela primeira vez, do tamanho da minha vulnerabilidade. Em compensação e pelo menos, sei que ganhei uma consciência muito maior. Ou pelo menos isso parece ser verdade.
Eu li o livro - na verdade ainda faltam algumas páginas - e me emocionei com algumas passagens - a carta, em particular -, mas não chorei. E estava até agora me recriminando por isso. Mas o fato é que eu sou assim: preciso de alguma coisa a mais, um empurrão. E ele veio. Não passei no vestibular. Eu já sabia - tinha certeza -, mas é especialmente frustrante quando vem acompanhado de uma verdade que, agora eu vejo, eu relutava, e continuo relutando, em aceitar: eu não sou capaz. Eu posso ser capaz de muitas coisas, mas não sou inteligente e não sou capaz disso.
E agora aqui estou eu. Mal conseguindo segurar as lágrimas enquanto escrevo. Estou lutando contra elas, por mais vontade de chorar que eu tenha agora, porque... Não sei por quê. Eu acho que só sei que não precisava - ou, e provavelmente, não queria precisar - disso: passar na federal. Agora, nesse exato momento, tudo o que eu queria era ajudar alguém, fosse quem fosse. E significar para esse alguém. Eu me sentiria plena. Isso me bastaria. Eu não precisaria de mais nada.
Então eu volto, lembro da existência da minha vida e que não posso fugir dela, não posso ir para lugar nenhum - não vou passar de Porto Alegre, diga-se. Eu me dou conta, pela primeira vez, do tamanho da minha vulnerabilidade. Em compensação e pelo menos, sei que ganhei uma consciência muito maior. Ou pelo menos isso parece ser verdade.
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