Não lembro de ter ficado tão doente antes na vida, até onde a minha memória alcança. Sem conseguir engolir as coisas de tanta dor na garganta, 39 de febre, calor e frio ao mesmo tempo, cansaço, dores e noites mal dormidas. É pelo ar condicionado que a citral oferece seguro na hora de vender a passagem. Mas aí eu vou no médico e o primeiro comprimido, dos dois remédios que ele receitou, começa a fazer algum efeito em questão de minutos. Prometo não reclamar mais do doutor até o dia em que eu for fazer a lista de exames que ele me pediu, aproveitando o meu aparecimento, já que né. E o remedinho milagroso ainda tira o apetite: duas colheres de arroz que dão a sensação de todo um carreteiro, mais de uma hora mordendo uma maçã e não conseguir terminar, o mesmo com uma barrinha de cereal. Um sonho de dieta.
Eu não vim aqui pra escrever sobre a minha saúde, mas acabei esquecendo o real motivo. Mas o caso é que eu tenho muito mais o que escrever fora daqui, com essa cadeira de texto e mais o resto. Tô na dúvida se invento um velho novo ou se pego o mesmo que eu já inventei e só coloco numa outra história. Porque tem que ser velho. Personagens jovens exigem talento/criatividade/experiência demais pra não ficarem pobres. Além de que velhos são uma vida inteira melhores.
23 de mar. de 2011
17 de mar. de 2011
8 de mar. de 2011
carnaval
As pessoas que foram ver Fatboy Slim na Space On em Arroio Teixeira na segunda, também conhecida como ontem, trancaram a Estrada do Mar em até uns dois ou três quilômetros antes da entrada da minha prainha - só não foi penoso chegar em casa porque nós demos a volta. Nessas horas eu até queria ser o tipo de gente que sai pra ver Fatboy Slim, só pra me gabar muito de ter casa quase do lado da boate, poder ir a pé e não precisar me estressar com onde estacionar o carro, já que os amados da Space fecharam todos os terrenos vazios dos arredores pra obrigar as pessoas a usar o estacionamento pago deles, uns queridos. Mas não. Eu sou o tipo de gente que sai com o pai pra comer pastel e tomar cerveja enquanto ouve Eclipse Fatal cantar Creedence, Mamonas e Raul, entre outras coisas não tão carnavalescas (se bem que eu não sei, não faço idéia do que as bandinhas costumam ou não tocar), no carnaval de rua de Curumim.
Muito melhor. Além de mais barato.
Mas eu não sou de carnaval, embora respeite e inveje quem é. Mas, né, eu invejo qualquer pessoa que tenha alguma dessas coisas na vida, qualquer pessoa que esteja dentro da vida e que, por isso, não passa o tempo todo sentindo a vida pesar junto com as preocupações cotidianas. E é um considerável peso a menos.
Mas esse é um assunto que eu quero desenvolver com calma outra hora, sem dor nas costas, sem malas pra Porto Alegre pra fazer, sem essa função toda. Porque eu não passei tanto tempo pensando nisso tudo à toa.
Muito melhor. Além de mais barato.
Mas eu não sou de carnaval, embora respeite e inveje quem é. Mas, né, eu invejo qualquer pessoa que tenha alguma dessas coisas na vida, qualquer pessoa que esteja dentro da vida e que, por isso, não passa o tempo todo sentindo a vida pesar junto com as preocupações cotidianas. E é um considerável peso a menos.
Mas esse é um assunto que eu quero desenvolver com calma outra hora, sem dor nas costas, sem malas pra Porto Alegre pra fazer, sem essa função toda. Porque eu não passei tanto tempo pensando nisso tudo à toa.
5 de mar. de 2011
é nóis que voa, mel
Em que ano passou O Clone? Eu me lembro da história e tudo, mas me esqueci de tanta coisa. Tem a história da Mel. Que é clichê e tal, mas não deixa de ser verdade, a parte das expectativas. E é uma merda. É uma droga. Mas eu não vou chover no molhado de novo. Ou pelo menos não agora, que não é semestre passado e graças a deus é preciso de mais desespero pra... eu chover no molhado. Porque é sempre a mesma coisa, afinal de contas, não é? É, sim. Os sofrimentos todos de quem sofre têm uma origem comum, de modo que não importa o objeto - a razão da coisa mesmo sempre vai ser a mesma, não adianta teimar. E quem costuma sofrer de vez em quando, ou quem sofre o tempo todo, sei lá, sabe do que eu falo. E aí é aquilo, como diria John Julius (haha): qualquer coisa que se faça - comer, ler, dormir, assistir à televisão, beber - parece ter algo oculto que deixa a pessoa ainda mais infeliz. Mas é bobagem falar de infelicidade quando ela parece andar longe. Vai que atraia. E por enquanto eu ainda espero coisas boas desse ano. Até porque nesses tempos difíceis de ordenamento eu consegui todas as cadeiras que eu quis nos horários que eu escolhi.
Some eyes go black as aces
Some open into flowers
Some people find their place is
The dark side of the road
And oh to walk in twilight
And balance in between 'em
Within the spirit sagging
Holding back our tearsdrops
In a broke down wagon
Marah, a descoberta linda desse começo de ano.
Some eyes go black as aces
Some open into flowers
Some people find their place is
The dark side of the road
And oh to walk in twilight
And balance in between 'em
Within the spirit sagging
Holding back our tearsdrops
In a broke down wagon
Marah, a descoberta linda desse começo de ano.
23 de fev. de 2011
9 de fev. de 2011
romeu
Faltam duas semanas pra matrícula. E quatro ou cinco pras aulas. Não quero saber, principalmente se forem quatro, e eu acho que são. Talvez eu vá pra Fortaleza, talvez não. Se eu for, dez dias. Se eu ficar, uma semana na praia aqui. Fiquei com vontade de voltar pra Porto Alegre semana que vem, deu até saudade, mas também deu preguiça. Prefiro as praias. Eu acordo quase todos os dias perto das onze e mesmo assim com um sono descomunal. Por melhores que sejam os livros que eu tenho lido, eu leio, leio, mas a cada um que eu fecho mais saudade e vontade eu sinto da sensação de ter sido o livro da vida. Talvez seja muito cedo pra saber, mas talvez também eu já tenha lido esse. O dos primeiros 20 anos. Vinte anos é uma vida? Se eu morrer antes do próximo 18 de dezembro vai ter sido. Mas pode ser só um terço ou, menos ainda, um quarto, se eu viver até os 60 ou 80. E talvez eu ainda tenha que esperar pelo menos uns 15 pra ler o livro da vida dos próximos 20. Se é que vai existir um. Quem sabe? A verdade (risos e herança aqui) é que um livro não precisa ser bom ou clássico ou qualquer coisa pra marcar alguém, tampouco o autor precisa ter sido um Nobel; é só marcar. Meu pai deus as opções de nomes pros gatinhos: "João e Maria ou Romeu e Julieta, escolham aí". Ficamos com Romeu e Julieta, embora ainda não exista uma Julieta. Por enquanto. Romeu dormiu horas no meu colo enquanto eu lia. A melhor sensação das férias. Eu já tô quase pensando em roubar um dos dois pra mim em Porto Alegre. Se nós falharmos, ele volta e será muito feliz aqui. Uma vez eu achei que ia gostar se fosse paga pra ler. Mudei de idéia.
4 de fev. de 2011
ler
"Se você tiver interesse ainda que remoto pela esquisitice, variedade e beleza da humanidade, então o autismo traz muito a se admirar."
Terminei as memórias do Saramago, que é uma delícia, e comecei esse do Nick Hornby, Frenesi Polissilábico, que na verdade são artigos dele pra uma coluna entre 2003 e 2006. E ele fica só ali, falando dos livros que ele leu e comprou, desde que não fale mal de ninguém - nesse caso, ele não pode citar nomes, hah. Vidão.
Mas nós sabemos que ele tem um filho autista, e no pouco que eu li até agora ele tocou no assunto falando no livro (George and Sam) de uma mulher (Charlotte Moore) sobre os filhos dela, autistas. Tem até um trecho (três páginas), que eu ainda não li, mas decidi ler o livro, porque autismo me interessa desde quando eu era criança e vi pela primeira vez o menininho da campanha da Turma da Mônica, e só não li nada sobre até hoje porque praticamente todos os livros que eu já li chegaram por acaso, ou por meio de outros, ou por indicação, ou por ouvir ou ler algo a respeito. Digo, eu sempre fiz o possível pra conseguir os livros que eu quis, mas eu nunca fui, diretamente, atrás de nenhum. Acho que é sempre assim, na verdade. Enfim
Mas não é sobre autismo, o livro do Hornby. É sobre por que a gente lê, e por que a gente sente prazer em ler, mesmo sabendo que ler pode ser bem chato. E quem sou eu pra saber. Mas eu adoro.
"(...) Mas fiquei sabendo que George W. Bush foi acordado pelo Serviço Secreto às 23:08, no dia 11 de setembro. Como assim 'acordado'? Ele não ficou até tarde trabalhando? Como ele conseguiu dormir? Se tivesse sido comigo, eu teria ficado acordado até às seis, bebendo, fumando, assistindo à tv e no dia seguinte estaria um trapo, imprestável. Vê se concorda comigo: deve ter alguma coisa errada, pois os líderes mundiais não se destacam por suas habilidades de resolver problemas globais, mas de cair no sono em questão de segundos. A maioria das pessoas decentes não consegue pegar no sono com facilidade, e, pelo jeito, é por isso que o mundo está nessa bagunça."
Terminei as memórias do Saramago, que é uma delícia, e comecei esse do Nick Hornby, Frenesi Polissilábico, que na verdade são artigos dele pra uma coluna entre 2003 e 2006. E ele fica só ali, falando dos livros que ele leu e comprou, desde que não fale mal de ninguém - nesse caso, ele não pode citar nomes, hah. Vidão.
Mas nós sabemos que ele tem um filho autista, e no pouco que eu li até agora ele tocou no assunto falando no livro (George and Sam) de uma mulher (Charlotte Moore) sobre os filhos dela, autistas. Tem até um trecho (três páginas), que eu ainda não li, mas decidi ler o livro, porque autismo me interessa desde quando eu era criança e vi pela primeira vez o menininho da campanha da Turma da Mônica, e só não li nada sobre até hoje porque praticamente todos os livros que eu já li chegaram por acaso, ou por meio de outros, ou por indicação, ou por ouvir ou ler algo a respeito. Digo, eu sempre fiz o possível pra conseguir os livros que eu quis, mas eu nunca fui, diretamente, atrás de nenhum. Acho que é sempre assim, na verdade. Enfim
Mas não é sobre autismo, o livro do Hornby. É sobre por que a gente lê, e por que a gente sente prazer em ler, mesmo sabendo que ler pode ser bem chato. E quem sou eu pra saber. Mas eu adoro.
"(...) Mas fiquei sabendo que George W. Bush foi acordado pelo Serviço Secreto às 23:08, no dia 11 de setembro. Como assim 'acordado'? Ele não ficou até tarde trabalhando? Como ele conseguiu dormir? Se tivesse sido comigo, eu teria ficado acordado até às seis, bebendo, fumando, assistindo à tv e no dia seguinte estaria um trapo, imprestável. Vê se concorda comigo: deve ter alguma coisa errada, pois os líderes mundiais não se destacam por suas habilidades de resolver problemas globais, mas de cair no sono em questão de segundos. A maioria das pessoas decentes não consegue pegar no sono com facilidade, e, pelo jeito, é por isso que o mundo está nessa bagunça."
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