Eu resolvi que hoje não ia chover e não levei guarda-chuva. Logo, é lógico que, quando eu saí, tava chovendo. Chuviscando. Mesmo assim, o capuz da minha jaqueta não é grande coisa quando se trata de proteger a cabeça de qualquer coisa molhada que caia do céu. Foi mais ou menos por aí que eu vi que a volta pra casa não ia ser das mais felizes. Fiquei surpresa, mais tarde, quando foi minha colega - e não eu - quem pisou em uma poça no meio do caminho.
Mas enfim.
Na esquina da Panvel, antes da Panvel, tem uma espécie de banca de flores, e, quando a gente passou por ali, tinha um homem olhando. Ele usava uma jaqueta cinza, uma calça jeans azul, das mais normais, e um tênis marrom. Tinha cabelos pretos, muito levemente mesclados com cinza, e mais ou menos compridos; iam até o pescoço, por aí. E, acima da testa, já se acentuavam as duas entradas. Não era novo; eu dei uns 40. E também não era rico.
Eu acho uma merda isso de as pessoas olharem para as outras e acharem que sabem a situação financeira delas, mas dava pra ver que o cara não era nenhum milionário. Até porque, bom, ele tava na chuva - sem guarda-chuva - olhando as flores mais simples do mundo em uma banca no meio da rua. É claro que isso ainda não exclui a possibilidade de eu estar completamente enganada, mas enfim. Nós passamos tri rápido, e eu olhei justamente pra esse homem. E ele tava ali, com toda a calma do mundo, escolhendo um buquê de flores na chuva.
Essa cidade é cheia disso. E eu acho simplesmente incrível.
18 de ago. de 2009
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