3 de mar. de 2009

hold on, John

Eu venho tentando o tempo todo fugir disso. Fugir do tempo. Fazer ele passar. Eu deito na minha cama, escuto todas aquelas bobagens que eles falam no rádio, vejo o marcador avançando cada vez mais no meu livro - e sempre ainda há tempo, mais tempo. Tempo. Por mais que eu faça. Eu gosto de não ter que fazer nada, mas a cada ano que passa isso me sufoca mais. Porque eu não tenho o que fazer e eu não sei o que fazer. Eu vejo o mesmo tempo que tanto me sobra durante os dias ir se esgotando sempre mais. Não importa o curso que eu escolher - e depois? Por que "depois"? Sério: por que essa pergunta existe? - por que diabos ela tem sempre que ser respondida? É só isso que eu vejo as pessoas fazendo. É só isso que nos dizem para fazer desde que a gente nasce. Para sonhar, porque a vida precisa ser sonhada e o inferno. Eu não dou a mínima pra sonho nenhum. Eu só queria saber o que fazer. Quero dizer, isso é mesmo tanto assim? Todo mundo parece querer sempre tão mais...
Eu tenho tentado escrever também. Mais exatamente, tenho tentado pensar em qualquer coisa que pudesse me render outra história. Mas simplesmente não adianta. Eu olho para todo lugar e tudo neles não me diz nada. Eu só queria me manter ocupada com alguma coisa - manter minha cabeça em algo específico. E escrever sempre me fez tão, tão bem.
Writing gives me a purpose. I think in some ways it has helped keep me alive. Without it I'm not sure I would ever have enough hope to get sober - to make that decision to live.
Eu tenho certeza de que nunca vou me apaixonar tanto por alguém quanto por esse cara enquanto eu leio as palavras dele. Não exatamente "me apaixonar", mas eu não encontrei outra expressão. E também não sei como descrevê-lo - ele e tudo o que a história dele significa.
Mas o caso é que eu me sinto má, mesmo, egoísta e tudo isso. Porque, pô, qual é o meu grande problema, afinal? Nenhum.

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