Tava relendo aquele post do Tomás agora. Há muito tempo que eu queria escrever alguma coisa sobre ele. Eu me devia isso.
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Eu achava que o que me impedia de levar qualquer um dos meus blogs para frente era a presença do meu nome ao lado e abaixo das postagens - não é. O que me incomoda e bloqueia tudo o que eu quero escrever - ou o que não me deixa postar o que eu escrevo - é o fato de saber que as pessoas lêem. Veja bem, o problema não é que alguém leia, ou eu não teria um blog. O problema é que eu quase sempre sei disso, e assim parece que eu escrevo exclusivamente. E eu não gosto de escrever para ninguém, eu gosto de escrever para mim.
Mas isso é coisa minha. Insegurança minha. Heranças de infância, sabe.
O pior é que, parando para pensar, eu acho mesmo que carrego isso desde criança. Essa sensação de estar sempre sob o julgamento dos outros. Dos meus pais, dos meus tios e da família em geral, dos meus professores, dos meus colegas, dos meus amigos. Eles estavam sempre olhando o que eu desenhava, o que eu via na TV, as brincadeiras que eu fazia, os lugares aonde eu ia. Mas de longe, que é pior. E eu acho que sentia que precisava da aprovação deles - precisava que gostassem do que eu desenhava, do que eu fazia na escola. Isso para ficar só nos meus pais. Que agora jogam na minha cara que eu sou muito dependente para morar sozinha. Claro que não com essas palavras, nem com nada parecido, diga-se, mas eu sei que é exatamente isso o que eles pensam.
Mas eu perco o chão se perder meus pais. Essa é que é a verdade.
12 de mar. de 2009
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